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Diário da Amazônia

Preço do leite registra queda de 23%

A questão genética do gado leiteiro deverá ser debatida durante seminário neste semestre.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 10/09/2017 às 05h00min

A queda no preço do litro do leite registrada nos últimos meses causa preocupação entre os produtores rurais do Estado

Nos últimos meses, o preço do litro do leite teve uma desvalorização média de 23%, conforme a Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia (Faperon), que manifesta preocupação com a política do leite no Estado. Segundo a entidade, que congrega agricultores e pecuaristas, Rondônia possui uma capacidade industrial para 4 milhões de leite/dia, enquanto a produção média diária é de apenas 2 milhões de litros/dia. “O produtor sabe que precisa investir, mas esbarra nas dificuldades que lhe são impostas pelo mercado”, diz o presidente da Faperon, Hélio Dias, acrescentando que a desvalorização acontece sob a alegação da política de importação de leite. “Toda essa problemática desestimula os produtores, levando alguns a abandonarem a produção de leite”, lamenta Dias, mencionando que a baixa produtividade por cabeça, em média de 5 litros, também se constitui num fator que incide no desestímulo.

Por conta desse cenário adverso, a Faperon articula um seminário para discutir alternativas que possam contribuir para a melhoria genética do rebanho leiteiro do Estado. O presidente Hélio Dias informou que o evento deve acontecer até outubro e reunirá lideranças de associações e entidades representativas das raças de leite (holandesa, gir, jersey e girolando), agentes financeiros (Banco do Povo, Caixa, Basa, Banco do Brasil e Sicoob) e sistema cooperativista, além de empresas especializadas na elaboração de projetos agropecuários (públicas e privadas).

A proposta, de acordo com o presidente da Faperon, é abrir uma grande discussão sobre a aplicação do crédito direcionado à aquisição de matrizes reprodutoras com a comprovada aptidão leiteira. “Faz-se necessário repensar a boa aplicação do crédito rural subsidiado na aquisição de matrizes que realmente tenham produção comprovada pelas entidades que são responsáveis pelo registro das raças, a fim de que os projetos dos produtores, liberados pelos bancos para a produção leiteira, sejam viáveis e rentáveis, possibilitando retorno para a amortização junto à rede bancária”, diz o presidente da Faperon.

De acordo com Hélio Dias, o produtor de leite de Rondônia precisa mudar a sua concepção e começar a adquirir animais com maior qualidade genética, com a comprovada aptidão leiteira, para que possa aumentar a média diária da produtividade. “É preciso deixar de comprar pelo simples fato de comprar, mas comprar com qualidade”, salienta o presidente da Faperon, informando que Rondônia já conta com bom número de pecuaristas que investem em genética leiteira que permite o intercâmbio com outras entidades para fornecer animais com elevado índice de qualidade genética.

Segundo Dias, no Estado existem produtores de genética com boa adaptação climática regional, fato que também possibilita o intercâmbio comercial com outros Estados e entidades representativas da raça leiteira. “Temos consciência de que a produção leiteira depende de vários fatores, dentre os quais a melhoria da alimentação, com a utilização de piquetes rotacionados, e cuidados sanitários adequados, além da boa gestão da propriedade para que os resultados possam ser dimensionados”, destaca Hélio Dias, enfatizando que a meta é impulsionar o segmento diante de uma tendência de melhoria nos preços praticados na venda do leite.



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