Pego de surpresa por uma nota de repúdio assinada pelo presidente em exercício do Conselho Regional de Medicina (Cremero), Spencer Vaiciunas, em reação a uma entrevista à uma emissora de televisão, criticando o que chamou de sabotagem de alguns servidores na UPA da zona Sul, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, se desculpou com os servidores que cumprem com seus horários e plantões com responsabilidade.
Hildon Chaves também reafirmou que vai intensificar a fiscalização das folhas de ponto, como são chamadas as anotações de frequência e assiduidade nos locais de trabalho.
Na entrevista que provocou a reação do Cremero, o prefeito se referiu como ‘sabotagem’ à constatação de que os vasos sanitários da UPA Sul foram entupidos com copos descartáveis e rolos de papel higiênico, para que a água, dejetos e detritos transbordassem. Na mesma entrevista, o prefeito pediu que os médicos ficassem mais atentos a seus horários de plantões e atendessem melhor à população.
Embora as declarações tenham sido pontuais com relação a situação verificada naquela unidade de saúde, a nota assinada pelo presidente em exercício do Cremero aborda o assunto de forma generalizada.
“É claro que temos bons servidores médicos, enfermeiros, técnicos e pessoal de apoio. À essa maioria responsável, que cumpre seu papel com dignidade, pedimos nossas desculpas por eventual interpretação destoante da realidade”, desculpou-se.
O prefeito estranhou, entretanto, que as reações tenham ficado mais ostensivas depois que criou uma comissão de técnicos responsáveis pela fiscalização das folhas de frequência e de plantões dos servidores. Um dos locais que mais registra ausência de médicos em seus plantões é a UPA da zona Leste.
Ontem, entretanto, quando o Cremero programou uma fiscalização surpresa, estavam os seis plantonistas trabalhando. O conselheiro Rodrigo Almeida, que fez a vistoria, constatou que o grande problema da unidade é a superlotação, embora haja outros de menor potencial.
Segundo Rodrigo Almeida, num plantão de 12 horas, cada médico chega a atender entre 70 a 80 pacientes, o dobro do recomendado pelo Ministério da Saúde. O número de profissionais por plantão na UPA, no entanto, está adequado à sua estrutura. São seis consultórios para seis plantonistas. A clientela é que tem crescido mês a mês. O último mês de janeiro, por exemplo, registrou um crescimento de dez mil procedimentos a mais do que janeiro do ano passado.