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Diário da Amazônia

Produção de leite e peixe em cativeiro é o forte de Urupá

O município de Urupá, localizado no oeste de Rondônia, se destaca como um dos maiores criadores de peixes em cativeiro e hoje também é..

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Publicado: 05/08/2018 às 06h00min | Atualizado 17/08/2018 às 16h04min

O município de Urupá, localizado no oeste de Rondônia, se destaca como um dos maiores criadores de peixes em cativeiro e hoje também é uma das principais bacias leiteiras do Estado.


Urupá surgiu do desmembramento das terras dos municípios de Ouro Preto do Oeste e Alvorada do Oeste. Em 1981, o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), criou o assentamento PA-Urupá, que se transformou, anos depois, no município de Urupá. Hoje a cidade possui uma população que ultrapassa os 13 mil habitantes.

O nome Urupá é atribuído a uma homenagem ao rio Urupá, um afluente do rio Ji-Paraná. Porém, segundo os historiadores, o nome vem de uma junção da língua das tribos indígenas que existiam na região, Uru-Upaba, que significa Lagoa do Uru. Para chegar na região, na década de 80, era preciso percorrer alguns quilômetros em cima de um pau-de-arara, veículo com carroceria, o único meio de transporte alternativo em um Estado que começava a ganhar formas.


Jamilse Pinheiro é pioneiro no Estado na criação de peixe e de alevinos na piscicultura Sol Nascente, em Urupá. Antes de se aventurar pela piscicultura, Jamilse era cafeicultor, porém, com a queda da saca do produto, na década de 90, no governo Fernando Henrique Cardoso, ele decidiu parar com a plantação e começou a trabalhar com pastos para gado. Nessa nova tentativa, Jamilse também não teve um bom retorno. Depois de muitas tentativas, a ideia de escavar buracos na propriedade e fazer daquele local a criação de peixes, começou a dar certo, e hoje, Jamilse é um dos maiores piscicultores de Rondônia.

“Quando a gente se viu apertado, nós começamos a fazer buracos e mexer com peixe. Inventar uma coisa que ninguém tinha começado. E deu certo. Depois começamos a produzir o peixe e vendíamos para Alvorada, para o Mirante, levava para Ji-Paraná, Ouro Preto e levava na carretinha da moto. E fomos vendendo a produção. Vendíamos de 8 a 10 toneladas na Quaresma”, explicou. Dentro dos tanques, Jamilse cria várias espécies de peixe: jundiá, jatuarana, piauacú, curimbatá, pirarucu e o famoso tambaqui.


A economia do Município por muitos anos esteve atrelada a agropecuária com a criação de gado que continua com um setor muito forte. Mas com o passar do tempo, Urupá decidiu investir na piscicultura e hoje é o segundo maior criador de peixes de água doce do estado de Rondônia. Em 2013, em apenas uma despesca, foram retiradas dos 52 tanques que existem na propriedade de Jamilse Pinheiro 140 toneladas de pescados. “Era muito peixe, peixe que enchia a carreta e no máximo 70 dias a gente enchia a carreta”, disse o piscicultor. Com o dinheiro da criação de peixe, ele formou os filhos e agora os netos.

A economia do Município por muitos anos esteve atrelada a agropecuária com a criação de gado que continua com um setor muito forte.


Outras famílias também começaram a trabalhar com a produção de peixe na região. Os municípios de Ariquemes, Cujubim, Mirante da Serra e Porto Velho figuram como os maiores produtores de pescado criados em água doce de Rondônia. A produção de 87 mil toneladas de peixes manteve o Estado como líder brasileiro em 2016.

De acordo com prefeito de Urupá, Célio Lang, a cidade é muito boa para se viver. “Começou com os produtores. E como foi um bom negócio, pra ganhar dinheiro, foi motivando os outros produtores também a aderir ao negócio. Nós temos sítios bem organizados pelos produtores, então aqui é um município bom de viver”, disse.

Para fortalecer o negócio, os piscicultores de Urupá resolveram montar uma cooperativa que atualmente conta com 300 produtores.


Confira a reportagem completa:

EXPEDIENTE

Reportagem

Emerson Barbosa

Imagens

Edison Falcão

Edição/Texto

Natália Figueiredo

Sara Cícera

 

Dentro dos tanques tem fartura de peixes, como também de variedades de espécies.

 

Pintado

Jundiá 

Jatuarana

Pirarucu

Curimbatá

Tambaqui

Quando o assunto é a criação de peixes e de alevinos, Urupá se destaca. Vários produtores tomaram gosto e partiram para a criação de peixe, para desenvolver a produção de forma profissional, os piscicultores de Urupá resolveram dar as mãos e montar uma cooperativa, atualmente conta com 300 produtores.

URUPÁ:

Com uma população que ultrapassa os 13 mil habitantes, Urupá surgiu do desmembramento das terras dos municípios de Ouro Preto do Oeste e Alvorada do Oeste. Para isso o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Incra, criou em 1981, o assentamento Urupá.A data de aniversário e de fundação acontece no dia 13 de fevereiro.

O nome Urupá é atribuído a uma homenagem ao Rio Urupá, um afluente do rio Ji-Paraná, mas também segundo os historiadores o nome vem de uma junção do dialeto das tribos indígenas que existiam aqui  Uru-Upaba, que significa “lagoa do uru”.

Além do peixe, Urupá desponta na criação de gado, com mais de 172 mil cabeças, também do campo vem outra pratica que tem colaborado para o crescimento do produto interno bruto do município. De acordo com dados da Agência Estadual de Defesa Sanitária, Idaron, com 80 mil litros de leite tirados diariamente Urupá é a 5ª maior bacia leiteira de Rondônia.

O DESENVOLVIMENTO 

Na década de 70 o “pau-de-ara”, veículo irregular com carroceria era uma das poucas alternativas para transportar pessoas e mercadorias nesta parte do estado. E foi assim  que muitas das pessoas chegaram, se organizaram e constituíram famílias e firmaram raízes. E são graças a essas pessoas que hoje Urupá figura -se entre os 52 municípios de Rondônia mais prósperos para se viver.

OUTROS MUNICÍPIOS QUE SE DESTACAM NA PISCICULTURA 

Ariquemes, Cujubim, Mirante da Serra e Porto Velho figuram como os maiores produtores de pescado criados em água doce de Rondônia. Em 2016, a produção de 87 mil toneladas manteve o estado como líder brasileiro, um ranking que começou em 2014, segundo o IBGE.



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