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Diário da Amazônia

Revitalização da Baixa da União e Triângulo

“Em razão à degradação urbana das áreas portuárias de Porto Velho...”

Por João Zoghbi Diário da Amazônia
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Publicado: 04/03/2018 às 06h40min

Arquitetas Ísis Nogueira e Dandara Valverde, realizadas

Uma proposta que se parece um sonho, mas pode ser desenvolvido em áreas urbanas ‘degradadas’ próximo a regiões de lagos e rios, com a possibilidade de restauração e revitalização urbana de forma humanizada e reaproveitamento de áreas ‘impactadas’, sem agredir e descaracterizar na essência de sua cultura original.

Foi dessa forma e, considerando os bairros Baixa da União e Triângulo dentre os mais tradicionais e mais antigos e o último, historicamente, o primeiro de Porto Velho, as arquitetas Dandara Cecília Valverde Oliveira Araújo e Ísis Nogueira de Araújo, consideram um projeto de extrema necessidade para o melhoramento e revitalização da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, criação da Orla do Rio Madeira e Porto Fluvial – Terminal Hidroviário Público de Passageiros e Pequenas Cargas do Município de Porto Velho.

Projeto Porto Fluvial, Terminal Hidroviário Público de Cargas de Porto Velho

Projeto Porto Fluvial, Terminal Hidroviário Público de Cargas de Porto Velho

Pode se tornar realidade pela seriedade, dedicação e carinho das duas arquitetas, como filhas de Porto Velho e de famílias tradicionais. O sentimento vai além do sonho, pelo empenho de querer o melhor e ter orgulho de transformar a cidade de berço num grande portal de recepção da Amazônia.

Dandara Valverde e Ísis Nogueira relatam que o projeto elaborado, quando ainda em conclusão do curso de Grau em Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, na Instituição de Ensino Faculdades Integradas Aparício Carvalho – Fimca, sob a orientação do Professor Antônio Lopes Balau Filho.

Caldeira: um monumento histórico

Em razão à degradação urbana das áreas portuárias da cidade de Porto Velho e visto que é algo notório para a economia do Estado, as arquitetas desenvolveram uma proposta através dos projetos urbanos: “Urbanização em Comunidade Ribeirinha no Rio Madeira” de Dandara, integrado ao projeto arquitetônico em parceria com Ísis, “Porto Fluvial” nos bairros, Baixa da União e Triângulo, possibilitando a relação de ‘cidade-porto’: “A questão é melhorar as condições dos transportes hidroviários, tornando assim um local com maiores possibilidades de modernização e crescimento, visando também, elevar os padrões de habitabilidade e de qualidade de vida. Com a implantação de uma infraestrutura básica para os residentes, além de revitalizar os elementos naturais do local, Igarapé de Santa Bárbara, com a restauração do trecho da Ferrovia Madeira-Mamoré e toda a memória que a ela é inerente das atividades náuticas da cidade e respeito a cultura local”, disse Dandara.

 

Passeio público com arborização e Anfiteatro

Foram realizados estudos, pesquisas qualitativas e bibliográficas e, levantamentos para composição do projeto arquitetônico, desenvolvimento e qualificação do local, fortalecendo a sua relação com o entorno, de modo que restem justificadas as mudanças propostas. Com a valorização do turismo fluvial resulte em benefícios para a população e um novo atrativo cultural para a cidade ‘impactando’ positivamente, área de 42.888,20 m² envolvendo os bairros, Baixa da União e Triângulo, formando, pela margem direita do Rrio Madeira, um polígono: rua João Alfredo, avenida Farquar e rua Rio Madeira dessa forma valorizando o setor Oeste do Município de Porto Velho.

Antes, a Prefeitura de Município de Porto Velho em conjunto com o Governo Federal, alicerçaram recursos para o Projeto de Aceleração do Crescimento – PAC, o que acabou concebendo o projeto “Igarapés do Madeira”, com a pretensão de realocar a massa habitacional para outro terreno, e utilizar o vago, qual seja a atual localidade do bairro Triângulo, para a construção do “Parque Madeira-Mamoré”, de autoria da arquiteta e paisagista Rosa GrenaKliass e do escritório Barbieri & Gorski Arquitetos Associados.

O projeto, também conhecido como “Parque das Águas”: Com o prazo de conclusão da obra de 12 meses, dando seu início na Baixa da União e parte do bairro Triângulo, na região do Cai N’água. Incluindo a retirada de famílias carentes das áreas de risco e, a proposta busca também em parte a restauração da Ferrovia Madeira-Mamoré inserida no bairro Triângulo e todo o seu patrimônio ‘histórico cultural’ atrelado ao rio Madeira e Mamoré.

“Para esta restauração será utilizada (como referência) a mesma técnica aplicada para a construção da High Line, pista suspensa, da Ferrovia Central de Nova York, que adveio de uma movimentação dos habitantes do entorno que foram os responsáveis por toda a gestão documental do processo”.

A temática proposta para este projeto parte de três necessidades a se cumprir, segundo as arquitetas: “A primeira é a reurbanização do entorno onde atualmente está inserido o atual Terminal Hidroviário, o qual apresenta diversas irregularidades como a ocupação em Áreas de Preservação Permanente e a desvalorização da área do bairro, devido ao abandono de algumas áreas decorrente das cheias quando ultrapassou a cota natural do rio. Assim, o bairro possui grandes potenciais em sua melhoria, de modo a atender população local com atrativo turístico e cultural.

A segunda necessidade é a requalificação do Patrimônio Histórico Cultural, a reativação dos trilhos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para utilização de fins turísticos. Além disso, há também a necessidade de revitalizar o espaço da Caldeira à vapor, visto que ela pertence ao cenário da história da cidade.

A terceira necessidade é aquela que se refere à melhoria da qualidade de serviço, arquitetônica, funcional e urbanística de um Terminal Hidroviário para passageiros e transportes de pequenas mercadorias”, conclui Ísis.

Dessa forma, o novo Terminal Hidroviário Público de Porto Velho, vem para atender estas três demandas, possibilitando assim a qualidade de vida e total integração do comércio, do turismo e de lazer em um mesmo lugar.

Viabilizando a expansão de atividades econômicas, como a pesca, agricultura e transporte de passageiros das cidades.

“O mais importante não é a arquitetura, mas a vida, os amigos e este mundo injusto que devemos modificar”
(Oscar Niemeyer)

O transporte fluvial é de uma grande importância e a maioria da população ribeirinha utiliza embarcações para trabalhar e produzir em pequenas atividades econômicas, comerciais e de serviços, como a pesca, transporte de passageiros e produtos agrícolas.

Situado à leste das margens do rio Madeira, Porto Velho possui área territorial de 64.090,926 km de acordo com o IBGE em 2016: 511.219 habitantes, aproximadamente.

O principal acesso à cidade é rodoviário através das BR 364 via Cuiabá (MT) e BR 319 via Manaus (AM), aéreo e fluvial por intermédio da hidrovia do rio Madeira.

O uso hidroviário é contínuo devido às vilas e distritos situados às margens do rio Madeira, apresentando vínculo com a capital.



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