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Diário da Amazônia

Rita Queiroz expõe acervo na primavera dos museus

A exposição integra a grade especial da 11ª primavera dos museus.

Por Jaylson Vasconcelos Diário da Amazônia
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Publicado: 24/09/2017 às 06h55min

A exposição doada pela própria artista, conta com pinturas famosas e instalações

Falar dos ribeirinhos, contar alegoricamente os mistérios da mata e, construir um imaginário, onde os temas locais possam ser questionados, faz parte da arte feita pela artista plástica Rita Queiroz, hoje com oitenta anos, Rita dedicou metade da sua vida a trazer em forma de arte o lugar onde nasceu.

Em dezembro do ano passado, foi inaugurada no Museu da Memória Rondoniense uma exposição doada pela própria artista, onde conta com pinturas, instalações e objetos pessoais. O descanso da beiradeira, o mistério da mata e a mandala, são quadros em destaque e contemplam o acervo, já as instalações preenchem o local com o objetivo de narrar histórias. Ainda é possível ver a rebeldia de Rita Queiroz nos seus novos quadros, onde, abandonando os antigos moldes, ressurge em sua arte dotada de novos significados.

A exposição integra a grade especial da 11ª primavera dos museus, que este ano contemplou o Museu da História Rondoniense, para Rita, a arte é uma forma de refletir as questões da geração, a crítica é uma ferramenta latente na narrativa das suas obras, algo que permeia toda a exposição, e se torna uma espécie de fio condutor, que tem o intuito de despertar a sensibilidade dos visitantes.

“A literatura no meu trabalho é muito importante, porque dá mais uma possibilidade de interpretação às pessoas, nos meus trabalhos eu sempre trago uma crítica, e para esta exposição eu abordo a destruição do homem para com natureza, este sagrado feminino, que igual a mulher, que mesmo devastada ainda encontra forças para se multiplicar”, disse a artista.

Rita sempre se engajou em trabalhos socioculturais levando arte para a população, com o intuito de diminuir a desigualdade social e desfazer a impressão de que quem contempla e produz arte são apenas as camadas mais ricas. Este ano ela incentiva a jovem Aline, que aos doze anos, já demonstra muito potencial.

“Eu não consigo viver sem as minhas causas sociais, sem ajudar o próximo, alguém que me tem me dado um sopro de inspiração é a Aline, faz apenas dois meses que ela está pintando comigo, a cada dia ela me assusta com o potencial que tem, ela nunca teve aula de pintura, tudo o que sabe já nasceu com ela, o mais engraçado é que ela tem o mesmo traço que o meu, se comparar com os meus quadros é como se fosse eu que tivesse pintado, mas nunca toquei nos pinceis dela, Aline já falou uma vez que eu era sua maior inspiração, mas ela é quem tem enchido a minha alma de alegria”.

A exposição de Rita Queiroz é permanente no Museu da Memória Rondoniense, que fica no antigo palácio do governo, o horário de funcionamento é de segunda a sexta das 9h às 17h.



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