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Soldados por um tempo, sempre parceiros

Ex-combatentes do 5° BEC mantém amizade mesmo após o período de serviço militar.

Publicado: 06/08/2017 às 05h25

O pelotão no qual cabo Lima e P. Silva estavam lotados tinha outros 42 militares

Ednaldo Silva de Lima e Paulo Pereira da Silva serviram o Exército Brasileiro na década de 1980, no 5° Batalhão de Engenharia de Construção (5° BEC) “O Pioneiro”, em Porto Velho. Ednaldo, cujo nome de guerra era ‘cabo Lima’, começou a carreira militar e 1985, já Paulo, cognominado P. Silva, começou a servir em 1987. Os dois se conheceram na Companhia de Equipamentos Pesados, onde cabo Lima passou a ser o superior que dava as ordens, e P. Silva era um dos comandados. A amizade surgiu entre os dois por causa de uma atitude camarada que era praticada pelo superior.

“Naquela época as coisas no Exército funcionavam bem diferentes do que é hoje. Era mais sofrido. Quando eu cheguei, eu fiquei meio perdido, pois não entendia nada de equipamentos pesados. Mas, aí veio o cabo Lima, com toda sua grandiosidade humanista, e me deu boas dicas, me aconselhou a que eu aproveitasse minha estádia no 5° BEC para aprender uma profissão que fosse me dar guarida quando eu estivesse fora do serviço militar e, foi o que eu fiz”, contou P. Silva, como preferiu ser chamado.

Depois de terem servido o Exército, cada um seguiu seu caminho. P. Silva, desde aquela época, reside em um sítio, situado a sete quilômetros do Distrito de Riachuello, em Presidente Médici, região central do Estado. Cabo Lima continuou morando na capital.

Visita

No último fim de semana, uma visita feita por cabo Lima ao sítio de P. Silva foi um momento muito especial para ambos, pois puderam estar juntos novamente e se atualizarem um da vida do outro. No primeiro dia, os assuntos se estenderam até as 3h. No sábado de manhã, eles decidiram ir para uma mata que fica na fundiária do sítio e fazer atividades aprendidas na infantaria para poderem se lembrar e reviver o áureo momento de novo.

Lembranças

“Quando eu vinha para cá, liguei e pedi para o P. Silva fazer uma réplica de madeira do fuzil que nós utilizávamos nos treinamentos para que pudéssemos ir à mata brincar um pouco. Além de simular tiros, também fizemos rapel em uma das grandes pedras que tem na mata. Pareceu coisa de criança, mas foi nosso jeito simples e divertido de demonstrar um ao outro o quão importante foram os momentos da nossa época de Exército”, falou cabo Lima.

A dupla de amigos aproveitou para atividades na mata

Tecnologia facilita a manutenção da amizade

O pelotão no qual os dois amigos estavam lotados tinha outros 42 militares. Hoje, eles criaram um grupo de WhatsApp e mantém contato.

“Nesse grupo lembramo-nos de coisas que nos ocorreram naquela época como, por exemplo, das vezes em que comemos carne de cobra e também falamos das aventuras que vivíamos dentro da mata nos dias de treinamento. No Exército somos treinados em situações de extremo sofrimento, pois tais situações, como preveem nossos superiores, podem ser vivenciadas por nós em uma guerra, e nós devemos estar preparados para tal. Acho que o fato de sofrermos juntos, acaba criando em nós esse sentimento de amizade que quase chega a ser o de irmãos, pois ali um desabafa com o outro, ri e chora junto, quando é o caso.

Então, tudo isso fica na memória da gente, e quando nos encontramos, vira essa festa carregada de boas histórias e brincadeiras”, disse P. Silva.

Realização 

Cabo Lima conta que além do sentimento de amizade que nasceu entre o grupo de ex-combatentes, vigora também o sentimento de realização, pois integraram ao batalhão que ajudou a desbravar Rondônia naquela época, através da abertura de estradas, pavimentação de rodovias e construção pontes e bueiros.

“Nós trabalhamos na pavimentação dos primeiros 30 quilômetros da BR-364 na saída de Porto Velho rumo ao Acre. Nós ajudamos a fazer e recuperar muitas pontes, abrir estradas. Então tem esse sentimento de realização que também nos une”, destacou Lima.

Slogan de todos os ex-combatentes é uma marca

“Soldados por um tempo, amigos para sempre”, essa é a frase que P. Silva mandou colar um adesivo no vidro traseiro de seu carro dias antes de o amigo, cabo Lima, chegar para visitá-lo.

“Eu fiquei pensando em como deveria demonstrar a importância de nossa amizade ao meu amigo, e bolei essa frase, que agora virou o slogan de todos os ex-combatentes. Espero que continuemos amigos até o fim, pois essa amizade nos traz boas lembranças, fortalece nossa estrutura emocional e, claro, nos faz muito felizes”, finalizou P. Silva. Ambos, passaram o fim de semana com farda do Exército.

Por Assessoria

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