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A terra das bananas de boa qualidade na região Norte

O Acre produz mais de 197 mil cachos de banana por safra pesando entre 15 e 18 quilos.

Publicado: 15/05/2017 às 15h23
Atualizado: 15/05/2017 às 15h24

No porto do Cai N’Água toda semana dezenas de toneladas hortifrutigranjeiros são despachados para Manaus

O município de Acrelândia no estado Acre localizado na divisa com Rondônia, ocupado por pouco mais de 13 mil habitantes, a maioria pequenos produtores rurais com uma área territorial de 1.575 quilômetros, produz mais de 100 mil toneladas de bananas, prata, nanica e maçã e 25 mil cachos de banana comprida. Na verdade, o Acre produz mais de 197 mil cachos de banana por safra pesando entre 15 e 18 quilos, apresentando uma média entre 40 e 50 frutos por cacho.

Abastecendo os mercados de Manaus, Cuiabá e Porto Velho, nas safras 2015/2016 o quilo da banana acriana esteve cotado na faixa dos R$ 12,00 e 15,00 o quilo, em 2017 está variando entre R$ 3,00 e 5,00.

Na opinião do caminhoneiro Manoel Marinho, que cobre o trecho de 428 quilômetros entre Acrelândia e Porto Velho 4 vezes ao mês transportando entre 16 e 18 toneladas de bananas de janeiro a novembro para embarcar no porto do Caí N’Água com destino Manaus e interior do Amazonas, o “Acre se tornou a terra das bananas boas na região Norte”.

A média varia entre 3 e 5 carretas por semana vindas do Acre desembarcando e recarregando bananas nos barcos que seguem pelo rio Madeira. Hortaliças e hortigranjeiros cultivados em Rondônia como tomate, abóbora, moranga, pokam, mamão, pimentão, repolho, batata-doce, somados a cebola e alho que vem do Rio Grande do Sul descem o Madeira em direção ao Amazonas. Nas quartas e quintas-feiras, o Porto do Caí N’Água se transforma num verdadeiro vai-e-vem entre passageiros embarcando e trabalhadores braçais ombreando caixas e sacos de frutas.

Mas voltando um pouco ao estado do Acre, onde com a tecnologia desenvolvida pela Embrapa, a bananicultura conquistou espaços importantes entre os pequenos produtores rurais naquele Estado, que exploram a produção em pequenas propriedades rurais nos 22 municípios de uma área territorial de pouco mais de 164 mil quilômetros quadrados, praticamente a metade do estado de Rondônia.

Lá também a força da tecnologia desenvolveu a ovinocultura que desempenha um papel importante na economia regional guardando um rebanho superior a 300 mil cabeças, adaptadas ao clima e região amazônica, assim como a banana gerando renda e empregos. Não há registros oficiais, mas pelos cálculos dos transportadores (caminhoneiros) e produtores rurais, o Acre comercializa em torno de 32 mil toneladas de bananas por ano com o estado do Amazonas. Atende empresas de Porto Velho e Cuiabá.

Bananas produzidas em Rondônia

Se a produção de bananas no Acre desperta atenção de consumidores e empresários de outros Estados conforme os números que não representam a realidade pela ausência de controle, que pelo visto pode ser bem mais do que vem sendo divulgado. Em Rondônia a produção desta fruta alcança por safra 78.253 toneladas em 7.011 hectares cultivados, conforme acentua o gerente técnico da Empresa de Assistência e Extensão Rural Cledmar Carneiro.

Ao lado da produção de outros legumes e hortifrutigranjeiros, Rondônia na região da Zona da Mata apresenta uma produção de tomates, em torno de 74 toneladas ano abastecendo o mercado interno e vendendo o excedente para o estado do Amazonas.

 

Abóbora de Cacoal e Região Central do Estado tem mercado assegurado no Amazonas

Rondônia também participa deste bolo econômico regional importante

Se o Acre fornece bananas em quantidade acentuada para o vizinho estado do Amazonas, Rondônia participa de maneira substancial deste importante mercado consumidor fornecendo quatro cargas de 12 toneladas em média por mês de bananas, tomate, abóbora e pokam produzidos nos municípios de São Felipe, Santa Luzia, Alto Alegre dos Parecis e Alta Floresta.

José Augusto que embarca uma carga de hortigranjeiros por semana relata que na Região Central e Zona da Mata, outros empresários negociam com os intermediários e comerciantes amazonenses. Levando-se em conta que a economia do Amazonas é forte e a produção de alimentos é incipiente para uma capital como Manaus que tem mais de 4 milhões de habitantes, então tudo que os vizinhos produzem tem consumo assegurado.

No mesmo diapasão, Rosimar Cheiroqueloose residente em Cacoal, embarca no Porto do Cai N’Água todos os meses 11 toneladas de abóbora e moranga Kabothian. Como segredo é a alma do negócio, ninguém revela quanto paga ao produtor rural e muito menos, a quanto vende para os comerciantes amazonenses responsáveis pelo abastecimento final de cada comunidade.
Da região de Monte Negro, Buritis e Campo Novo, o produtor rural e empresário Gilciano Galvoni informa que embarca em média 160 toneladas/mês entre banana, abóbora e mamão. Ele cultiva uma área de 7 alqueires, todavia adquire produtos de outros pequenos agricultores para atender seus clientes.

Por José Luiz Alves Diário da Amazônia

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