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Diário da Amazônia

‘Trilhos do Tempo’ por Amaury Dantas

“Fica na Casa da Cultura até dia 24 de junho e, espero negociar para ficar em Porto Velho”.

Por João Zoghbi Diário da Amazônia
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Publicado: 18/06/2017 às 06h30min

Amaury Dantas, autodidata nas artes visuais: artista plástico, designer, desenhista gráfico e artístico, escultor, alguns e grandes ensaios na arte de fotografar e, atualmente além de exercer seus talentos na publicidade agora na assessoria de comunicação da prefeitura de Mirassol D’Oeste (MT).

Filho de Porto Velho desde 1962 e de dona Semiramis Dávila Ferreira, que lhe ensinou os primeiros traços da arte através dos rabiscos em que ficava horas desenhando gibis como Tio Patinhas, Pateta a Turma da Mônica, enfim, mais tarde já com domínio da técnica passou a desenhar a lápis 6B e à bico de pena num processo mais profissional.

Em 1980 aos 18 anos, encantado com o mestre Salvador Dalí, dentro da escola do Surrealismo teve um belo aprendizado de oito anos desenvolvendo arte tendo como um norte o próprio Dalí e, aproveitou toda essa bagagem de conhecimento, quando ingressou na publicidade. Adquirindo grande experiência, mais tarde fez parte da equipe da ‘Seplan era Teixeirão’ da qual se desenvolvia muitos projetos gráficos e naturalmente uma iniciação nas artes gráficas de onde desfruta até hoje, a forma da arte sair da prancheta através do grafite e mural urbano.

Há mais de trinta anos longe de sua cidade natal, em que se encontrou profissionalmente quando se mudou para Cuiabá, no Mato Grosso, onde foi trabalhar em uma agência de publicidade na qual teve a satisfação de participar de várias campanhas e fazer vários painéis artísticos na cidade e um dos mais importantes é o ‘Painel Pantanal’ na fachada da própria agência.

Conquistando sucesso e já se tornando uma referência desenvolveu vários trabalhos artísticos com técnicas diferentes, como: pintura temática em suítes de motéis, publicidades, logomarcas, fachadas comerciais e comunicação visual em chapa de ‘acm’, chapa de alumínio composto, trouxe esse processo de acabamento em fachadas para Porto Velho, realizando em várias empresas comerciais, cartório e escritório de advocacia.

Amaury nos conta que foi através de sua mãe, de seu pai e de seu avô materno que tem a certeza de ter herdado esse talento, qua apesar de ser autodidata teve a partir daí grandes mestres: “o pátio da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, era praticamente o quintal de casa, acompanhava meu pai quando ele ia trabalhar e ficava brincando ali na varanda da estação, nos trilhos… parte de minha infância. Meu pai, seu Heitor Dantas de Moraes era desenhista da Madeira-Mamoré e creio que a arte está também em meu dna através de meu avô maternos, José Ferreira Sobrinho que era poeta e escritor, tem uma obra importante o livro ‘Os Matupás do Meu Lago’ e com muita honra foi prefeito de Porto Velho de 1933 a 1938,” disse orgulhoso, o artista.
Levou quatro anos e meio para pintar as quinze obras realistas em óleo sobre tela com detalhes surrealistas pela formação Daliniana e agora inspiradas nas fotos de Dana Merril e gravuras a bico de pena de Franz Keller. O projeto seria uma homenagem aos 100 anos da E.F.M.M. pela quantidade de telas não foi possível, mas pela vontade foi possível para os 105 anos: “tive essa vontade quando passei por aqui em 2012 visitei a Casa da Cultura e cheguei até a agendar essa exposição, mas não foi possível, levei quatro anos e meio para pintar essa coleção. É uma releitura de fotografias, em óleo sobre tela. Para se ter uma ideia de tempo cada obra, em média, levou de 60 a 90 dias para desenvolver cada detalhe pela interpretação do desenho e da pintura realista. O próximo projeto já está em andamento, não há nenhum segredo porque cada artista tem uma maneira de se expressar, serão painéis em óleo sobre tela na média de 200 cm x 150 cm com a temática: ‘Prédios Históricos de Porto Velho’, pintei essas obras sobre a Madeira-Mamoré e agora Porto Velho, desde criança tenho uma relação com tudo isso, são minhas memórias de infância com o pátio da Madeira Mamoré e de minha querida Porto Velho,” finalizou Amaury Dantas.

Exposição na Casa da Cultura, em Porto Velho

Quinze obras de arte da mais alta qualidade técnica que se chama “Trilhos do Tempo”: “As imagens fotográficas feitas por Dana Merril quando da construção da E.F.M.M. no início do Século XX são de uma beleza singular, por assim serem, preciso tomar o máximo cuidado ao reproduzi-las em óleo sobre tela, as nuances, sombras, expressões faciais, dizem muito da atmosfera daquele momento retratado pelo fotógrafo”, explica Amaury.

O artista visitou e contactou com algumas autoridades, quando esteve com o superintendente Rodney Paes, e ofereceu a coleção temática que precisa ficar em Porto Velho em algum lugar muito importante como no próprio galpão do Museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, no Palácio das Artes, no Palácio Madeira-Mamoré ou quem sabe no prédio novo da Assembleia Legislativa ou mais ainda no Museu de Rondônia, pelo visto sobra lugar para valorizar a obra de um artista da terra, Amaury Dantas quem fez essa obra-prima e que deve chegar até o público.

E agora, um trabalho dessa natureza que com todo o respeito conta a nossa história fazendo uma releitura das obras fotográficas de Dana Merril e as gravuras a bico de pena de Franz Keller usando a técnica da pintura à óleo sobre tela, extremamente durável quando bem acondicionas em paredes arejadas e bem cuidadas.

Uma prova de dedicação, talento e boa intenção. Não citei nas bibliotecas municipais e estaduais por não serem lugares adequados, a questão tem que ser mais democrática a obra do ‘artista tem que está onde o povo está’, por tanto, os já citados locais para receber essa coleção são os mais apropriados onde a acessibilidade ao público será perfeita. Não temos ‘leilões de arte’ em nossa praça, infelizmente, com certeza já se teria dado o primeiro lance para essa obra prima de Amaury Dantas, que também presta homenagens à Porto Velho.



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