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Violência no campo longe de acabar

O Cone Sul de Rondônia começa a preocupar as autoridades de segurança pública por conta da onda de terrorismo que se instalou.

Por Marcelo Freire
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Publicado: 03/05/2017 às 06h40min

O Cone Sul de Rondônia começa a preocupar as autoridades de segurança pública por conta da onda de terrorismo que se instalou nas propriedades rurais da região. Três pessoas foram vítimas da violência no campo no último dia primeiro de maio. Elas tiveram os corpos queimados, segundo apurou a Polícia Civil, o que dificulta a identificação das pessoas. Os corpos foram localizados dentro de uma caminhonete, também incendiada. A sede da fazenda foi totalmente destruída por um incêndio, um dia após as mortes.

Recentemente, nove trabalhadores rurais foram executados  em Taquaruçu do Norte, na região de Colniza, no Mato Grosso, município matogrossense localizado na divisa com a cidade de Ministro Andreazza, região central de Rondônia. Algumas vítimas da violência eram de Rondônia e foram sepultadas no Sul do Estado. O caso ganhou o noticiário nacional, chamou a atenção da Comissão da Paz e deixa em alerta o Governo Federal sobre a importância da criação de uma comissão especial com a missão de apurar essas mortes no campo.

No mês passado, o Diário mostrou reportagem destacando a ocupação de terra do outro lado do rio Madeira, na região de Canutama, no Amazonas. Posseiros estavam sendo ameaçados por fazendeiros que se dizem proprietários das terras. Representantes o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Amazonas estiveram em Porto Velho buscando informações sobre o conflito na região e estudam medidas que visam solucionar o impasse.

O Estado muitas das vezes não está longe dos acontecimentos. Essas áreas são difícil acesso e não há como controlar a entrada dessas pessoas. Em Taquaruçu do Norte, por exemplo, não há como chegar de carro e as estradas são de difícil acesso, impedindo até mesmo a entrada da polícia para resgatar as vítimas de conflitos. Por outro lado, o Incra tem dificuldade de atender a atual demanda de assentados. Muitas das vezes, o processo é lento e requer muita paciência por parte dos posseiros e fazendeiros.
Nessas regiões de conflitos, fazendeiros costumam dominar a área. Os posseiros lutam por um pedaço de terra, mas se tornam alvo fácil da violência. Buritis também foi uma região que apresentou muito problema para a polícia e hoje a situação se amenizou. A disputa por terra no município sempre ganhou as páginas policiais e hoje a polícia está presente na região.
Os conflitos de terra se tornaram um grande problema para os Estados da região Norte nos três primeiros meses do ano. As mortes na região de Vilhena merecem uma resposta rápida do Estado e a Polícia Civil precisa trabalhar no sentido de identificar os autores desse crime.

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