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Modalidade On-Demand aprovada pela Susep

Com modalidade On-Demand aprovada pela Susep, seguros de carro podem ficar 50% mais baratos em média

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Publicado: 12/02/2020 às 13h45min

 

Quanto tempo fica o seu carro parado no estacionamento da casa ou do prédio? Quanto tempo você realmente utiliza ele? não seria ótimo realmente pagar o seguro do carro de acordo com o tempo que você realmente o utilizar? Boa notícia: com nova regulamentação da Susep, as companhias podem desenvolver seguros personalizados “on demand”, nos quais o cliente paga conforme o tempo de utilização. Já tem várias opções no mercado; confira como funciona a nova modalidade de seguros temporários.

A regulação da Susep

O ano passado, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) editou uma nova circular (592/19) que autoriza o desenvolvimento e comercialização de seguros com vigência reduzida ou também chamados “contratos de período intermitente”. Segundo o próprio organismo, trata-se de uma evolução no mercado brasileiro de seguros visando adequar às reais necessidades dos clientes, os seguros oferecidos.

A principal novidade desta circular é o fato de autorizar contratos com uma vigência fixada em meses, dias, horas e até minutos (ou também em viagens ou trechos) além de prever a possibilidade de coberturas intermitentes (ou seja, segundo a Susep, o período em que o beneficiário se encontra efetivamente amparado por ela, fixado de forma descontinuada por determinado critério de interrupção e recomeço). Nesta era digital é mais um avanço na aplicação da tecnologia no tradicional setor dos seguros, considerado um dos mais antigos na economia, favorecendo maior eficiência e redução de custos para os segurados.

Como funcionam os seguros “liga- desliga”?

O conceito deste tipo de produtos é o “pay for use”. Ou seja, ativar a apólice do seguro quando o cliente realmente estiver utilizando o carro ou precisar de cobertura, e pagar segundo aquele uso. Sem dúvidas é uma boa opção para aqueles que ficam com o veículo muito tempo parado em lugares sem riscos, como a própria casa ou o estacionamento do trabalho.

Os riscos a ser cobertos -quando ativado o seguro- dependem da apólice escolhida, mas geralmente protege contra roubo e furto, colisões, danos parciais ou perda total. Para ingressar no serviço deste tipo de seguros é preciso instalar um dispositivo no carro, encarregado do monitoramento, e comprar uma quantidade de crédito inicial, que por exemplo na Onsurance são perto de R$1000  e pode ser parcelado.  Aí o segurado só precisa ligar a cobertura desde o telefone enquanto achar preciso, por meio de um aplicativo. Isso faz com que o consumo dos créditos da apólice só irá se consumindo quando o carro estiver em movimento, caso o estacionamento se considere um lugar tranquilo por exemplo.

Quando o crédito inicial, que não tem data de vencimento, for consumido totalmente, o segurado pode carregar novamente a carteira digital, mas com valores mínimos bem menores do que o primeiro.

Além do seguro por horas ou minutos, outras seguradoras oferecem apólices mensais, como a Youse e Thinkseg. Esta modalidade também é geralmente mais acessível do que seguros anuais e pode ser uma boa opção para quem precisar do carro só em períodos curtos, como o caso de férias ou quem alugar um veículo por qualquer motivo e evita contratar seguros por longo prazo.

Benefício econômico para o cliente

Obviamente esta opção é atraente para pessoas que utilizam pouco o carro como já falamos, bem porque ficam a maior parte do tempo na casa, bem porque nas horas de trabalho ele também fica parado em lugares seguros. Definitivamente o preço deste tipo de coberturas não será mais custosa do que os seguros tradicionais, e até pode supor grande poupança para o dono do carro.  O custo do minuto de seguro de um carro médio (com um valor de R$30.000 aprox.) é de R$ 0,00484, menos de meio centavo, o que faz com que manter ativada a proteção por uma hora leva um valor de 30 centavos. Para uma pessoa que na semana usa o carro para ir da casa pro trabalho e do trabalho à casa, a média de horas diárias na estrada são 3 no máximo, podendo aumentar o número de horas nos fins de semana. Existem testemunhas de contratantes que tem gasto perto de R$ 560 em nove meses. Levando em conta que uma apólice tradicional supõe um orçamento de R$ 250 mensais a diferença é importantíssima.

O desconto médio em comparação com apólices comuns é de 50% podendo alcançar reduções de até 80%.

A variação dos preços não depende do tempo de utilização só. No momento da cotação, a maioria das seguradoras requerem informação para formar um perfil do usuário, o que se refletirá na tarifa. Assim por exemplo é importante o tipo e modelo de veículo (carro, caminhão, moto, e até bicicleta ou patinete elétrico) e o uso que dele será feito (passeio, táxi, motorista de aplicativo, etc.). Também é preciso informar outro tipo de fatores como a existência de garagem na casa e no trabalho do contratante por exemplo.

Ao mesmo tempo, o dispositivo colocado no carro, utilizando tecnologia de inteligência artificial, monitora e coleta dados enquanto a pessoa dirigir, obtendo padrões de condução e fazendo um cálculo personalizado.

A modalidade “On demand” no mercado dos seguros

São muitos os que acham que esta tipologia chegou para ficar no setor das seguradoras e a regulação da Susep significa um grande avanço para o Brasil, se aproximando às tendências existentes em vários países na atualidade. Trata-se de analisar as verdadeiras necessidades dos clientes para entender como aplicar melhor a proteção.

Assim, os seguros intermitentes ou sob demanda também estão sendo ofertados para outro tipo de objetos além dos carros: bolsas, smartphones e outros aparelhos digitais podem ser protegidos com esta modalidade, bem como seguros de viagens que se contrata num prazo de um ano mas se “liga ou desliga” segundo as viagens vão surgindo nesse período.

Como descreve a SonhoSeguro, de acordo com Ronald Poon Affat, especialista em seguros e membro do Comitê para América Latina da Society of Actuaries (SOA), “a nova regulamentação vai facilitar a entrada de insurtechs (startups especializadas em seguros) estrangeiras para provocar uma mudança profunda no mercado tradicional”.

 



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