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Editorial

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Publicado: 16/02/2019 às 06h00min

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A força do Estado contra o crime organizado

A decisão do governo federal de transferir os 22 principais chefes da facção PCC (Primeiro Comando da Capítal) foi motivada por um..

A decisão do governo federal de transferir os 22 principais chefes da facção PCC (Primeiro Comando da Capítal) foi motivada por um plano de fuga, onde se pretendia resgatar de dentro de um presídio paulista, o principal líder, o Marcola. A segurança pública paulista descobriu a ação planejada ainda em 2018 e pediu apoio para retirar os detentos e levá-los para lugares seguros. A divisão do grupo em três presídios (Brasília, Porto Velho e Mossoró) foi uma estratégia de isolamento e dispersão, que espera-se o enfraquecimento e até a dissolução do PCC.

O governo de Jair Bolsonaro tem o compromisso de ser mais rígido com o crime organizado. Foi eleito com expressiva votação por que o povo brasileiro deseja melhor tranquilidade e mais segurança. Anunciou logo no primeiro mês o projeto de lei Anticrime, no segundo mês divide e transfere os maiorais do PCC, e do terceiro mês a diante talvez tenha algo reservado para mostrar que de fato tem um plano para acabar com as facções.

O momento para o PCC não é bom, porque há uma disputa interna onde líderes tentam assumir o controle, tirando de Marcola o título de chefão. Nesse contexto não seria interessante para a facção um embate com o Estado. Possivelmente isso foi considerado pelo governo federal para definir o momento das transferências e de dar o inicio nesse enfrentamento.

A escolha de Porto Velho para abrigar o Marcola se deu por alguns pontos positivos no presídio federal, com quase 13 anos de operacionalidade e nunca teve registro de fuga. A unidade já abrigou Fernandinho Beira Mar, chefe do CV (Comando Vermelho) e outros considerados perigosos. A equipe tem experiência e o local é estrategicamente complicado para ações de resgate e fuga.

Porto Velho também tem uma Base Aérea (Aeronáutica) bem estruturada, o que possibilita a imediata chegada de tropas para um reforço da segurança, caso necessário. Outro fator é a presença do Exército, através da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, que tem grande contingente de militares especializados em operações de fronteira, equipada com armamentos pesados e veículos especiais, e com a trajetória de ser comandada por bravos generais, alguns deles alcançado posteriormente cargos elevadíssimos no topo da hierarquia militar.

Se o PCC tem pretensões de resgates ou represálias, tudo indica que o governo federal pensou detalhadamente e traçou suas metas com objetivos definidos. E se o planejamento ocorrer como o esperado, de fato, a divisão dos chefes em presídios distantes e as demais limitações impostas chegarão ao objetivo final de dissolver ou enfraquecer a maior facção criminosa do país. Com o anseio de aprovação rápida da lei Anticrime, essa operação Tranca Forte pode ser um emblemático cartaz para o projeto ganhar força.


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