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VARIEDADES

A polêmica premiação de um vibrador high-tech em concurso

A diretora-executiva da empresa responsável pelo brinquedo sexual disse que o prêmio havia sido retirado por "preconceito de gênero".

Por BBC News
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Publicado: 10/05/2019 às 11h23min

A CES, feira de tecnologia mais importante dos Estados Unidos, excluiu da edição deste ano um brinquedo sexual para mulheres que havia vencido um prêmio de inovação antes do evento público. A decisão gerou uma grande polêmica – a CES foi acusada de preconceito de gênero.

O vibrador Osé foi excluído de uma feira de produtos eletrônicos nos Estados Unidos

Agora, quatro meses depois, a organização mudou de ideia e decidiu devolver o prêmio ao vibrador Osé. Segundo os fabricantes, ele é o primeiro produto do tipo que não precisa ser manipulado com as mãos.

Depois de ganhar o prêmio por inovação, a criadora do vibrador, Lora DiCarlo, foi convidada a expor seu dispositivo na feira. No entanto, pouco depois ela foi informada de que haviam cancelado a premiação e que não poderia mostrar seu vibrador na exposição.

Lora Haddock é diretora-executiva da empresa Lora DiCarlo, empresa que desenvolveu o novo vibrador

Segundo a empresa, a Associação de Tecnologia do Consumidor (CTA, na sigla em inglês), organizadora da CES, justificou a desclassifcação afirmando que “poderia retirar da feira qualquer produto imoral ou obsceno a qualquer momento”.

Mas a fundadora e diretora executiva da Lora DiCarlo, Lora Haddock, atribuiu a retirada do produto da feira de “preconceito de gênero”.

Ele disse que a organização havia rejeitado o produto focado na sexualidade feminina, deixando na mesma categoria itens relacionados a compras ou escolas infantis.

Em vez disso, a feira “permitiu que a sexualidade dos homens fosse explícita, expondo um robô sexual na forma de uma mulher de proporções irreais e pornografia em realidade virtual”, escreveu Haddock.

Segundo a organização do evento, o vibrador não se encaixava na categaoria de robótica da feira.

“Acreditamos firmemente que as mulheres, as pessoas não-binárias e as pessoas LGTBQI devem recuperar seu espaço de prazer com tecnologia”, acrescentou ela, na época.

Agora, depois da restituição do prêmio, a organização pediu “sinceras desculpas” a Lora DiCarlo.

“O CTA não gerenciou este prêmio adequadamente”, disse Jean Foster, executivo do CTA.

Ele acrescentou: “Isso motivou importantes discussões internas e com consultores externos. Esperamos aproveitar essas lições para continuar melhorando o evento”.

Haddock disse que apreciava o “gesto”, e que ele serviria para “eliminar o estigma e a vergonha que cercam a sexualidade feminina”.



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