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ESPORTE

A realidade do esporte em tempos de pandemia

Com o adiamento dos campeonatos, consequentemente houve a diminuição de receitas, e alguns clubes estão enfrentando dificuldades financeira

Por Natália Figueiredo Diário da Amazônia
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Publicado: 19/04/2020 às 14h57min | Atualizado 23/04/2020 às 13h30min

Reprodução

Paralisação de campeonatos, competições locais, nacionais e internacionais sem data para voltar a acontecer. Essa é a realidade que milhares de atletas e clubes tem enfrentado desde o início da pandemia causada pelo novo Coronavírus que causa a doença Covid-19 e que pegou todo mundo de surpresa.

Diante do avanço da doença, o esporte entrou em estado de hibernação, com o cancelamento e adiamento de grandes eventos esportivos. No Brasil, os 27 campeonatos estaduais foram suspensos. O estádio do Pacaembú, na capital de São Paulo, que já foi palco de grandes jogos, hoje sedia um hospital de campanha para atender pacientes com a Covid-19.

Com o adiamento dos campeonatos, consequentemente houve a diminuição de receitas, e alguns clubes estão enfrentando dificuldades financeiras. Em Rondônia, segundo dados da Federação de Futebol do Estado (FFER) alguns clubes não foram contemplados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com o auxílio financeiro concedido durante o período de isolamento social.

Além da questão financeira, os dirigentes de clube e atletas das mais diversas modalidades precisam também se preocupar com a questão do condicionamento físico. Para o técnico do Real Ariquemes, que ocupa a vice-liderança do grupo A do Estadual 2020 com 13 pontos, Everton Goiano, a paralisação dos treinos e jogos irá prejudicar o rendimento de todas as equipes.

“Todas as equipes estavam naquela fase de que com o decorrer dos jogos vão evoluindo cada vez mais. Se fosse uma parada de uma semana ou dez dias tudo bem, mas você dá uma parada aí de 21 a 30 dias como está sendo perspectiva. Então acredito que vai prejudicar bastante”, comentou.

Segundo o técnico do Real, vai ser complicado retomar a rotina. “É difícil você pegar no tranco de novo, o importante é você ir conversando com esses atletas já que a grande maioria deles permaneceu por aqui. Além disso, 60 a 70% dos atletas moram fora de casa e demonstram preocupação com seus familiares”, acrescentou.

A pandemia atingiu também o maior evento esportivo de 2020, os Jogos Olímpicos de Tóquio, que teriam início em 24 de julho e teve que ser adiado, um fato histórico já que as Olimpíadas só deixaram de ocorrer em 1916, 1940 e 1944, por causa das guerras mundiais, sendo que na ocasião, foram canceladas e não adiadas.

Esse adiamento têm gerado um impacto sem precedentes na vida de de 11 mil atletas de 206 países, com o cancelamento dos treinos, afinal de contas, o fechamento de centros de treinamentos, academias e o isolamento das pessoas é a única maneira de evitar a transmissão do novo Coronavírus. O COI (Comitê Olímpico Internacional) divulgou que os jogos olímpicos deve ocorrer no dia 23 de junho de 2021, já os demais eventos esportivos seguem indefinidos.

Em uma entrevista publicada pelo time de conteúdo da casa de apostas Betway Esportes, o maratonista Paulo Paula diz que não vê a paralisação como algo ruim, pois com 40 anos e duas Olimpíadas, ele conta que não lembrava a última vez que tinha conseguido descansar seu corpo.

Os posicionamentos entre alguns atletas e clubes são diferentes, mas diante da crise instalada o fato é que medidas precisam ser tomadas para que se chegue a um denominador comum em relação ao esporte em tempos de pandemia.



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