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Diário da Amazônia

Acordos abrem mercado para carne de Rondônia

Abertura de novos mercados foi costurada pelo Senador Acir Gurgacz na Rússia.

Por Assessoria
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Publicado: 11/10/2015 às 14h00min | Atualizado 11/10/2015 às 21h56min

BRICS - FORUM AGRONEGOCIO (4) copyA exportação de carne bovina de Rondônia para os países da Europa e do Brics, bloco econômico que reúne o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul, pode ser ampliada consideravelmente a partir do próximo ano. A abertura de novos mercados foi costurada pelo senador Acir Gurgacz e pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, em missão oficial na Rússia, onde participaram do Fórum de Agronegócio do Brics e da 17ª Exposição Agroindustrial Outono Dourado, em Moscou.

De acordo com o senador Acir Gurgacz, o Brasil está fechando novos acordos para aperfeiçoar a burocracia e as questões alfandegárias entre os países do Brics, bem como para equacionar as questões sanitárias, principalmente na relação com a Rússia, o maior comprador de carne do Brasil. “O principal avanço que conquistamos para Rondônia e para o Brasil são esses acordos que facilitarão o comércio intra-Brics, ou seja, entre os países do bloco, e do Brics com os demais países do mundo, principalmente o comércio de carne e de grãos”, salienta Acir. O senador cita que em 10 anos, de 2002 a 2012, o comércio intra-Brics cresceu 922%, passando de US$ 27 a 276 bilhões.

Apesar de todos os paíes do bloco estarem atravessando com dificuldade a atual crise financeira internacional, a expectativa é que a partir desses acordos mais frigoríficos de Rondônia passem a exportar para os países do Brics. Atualmente, Rondônia exporta carne para mais de 20 países, mas apenas para a Rússia no bloco dos Brics. A expectativa é que a China e a África do Sul tornem-se os próximos compradores da carne de Rondônia. “Os sul-africanos e chineses possuem interesse em adquirir a carne brasileira, e as negociações em curso avançaram em favor da carne de Rondônia nesta reunião do Brics, uma vez que a nossa carne já possui todas as certificações exigidas por estes países e conseguimos superar os entraves burocráticos”, salienta Acir.

O senador Acir Gurgacz e a ministra Kátia Abreu também participaram de reuniões bilaterais com a Rússia e com a China, para tratar da exportação de carne e de grãos. A Rússia é o segundo maior comprador da carne bovina brasileira. Em primeiro lugar entre os destinos do produto está Hong Kong, que é a porta de entrada da carne bovina brasilera na Ásia. Em segundo lugar vem a Rússia e, em terceiro, a União Europeia.

Para consolidar este mercado e ampliar o comércio intra-Brics, está confirmada uma visita de técnicos da Europa para habilitar novos frigoríficos de Rondônia, de Tocantins e do Distrito Federal no dia 25 de fevereiro de 2016. “Esta negociação também envolve países europeus que não estão no BRICS e representa uma grande conquista para Rondônia e para o Brasil, uma vez que teremos novas plantas agroindustriais de nosso Estado exportando para a Europa”, destaca Acir.

Atualmente, Rondônia exporta cerca 250 mil toneladas de carne bovina e 35 mil toneladas de miúdos para mais de 20 países. Rondônia participa com uma fatia de 20% de toda a carne bovina exportada pelo Brasil. O grande desafio para Rondônia conquistar esses mercados é, segundo Acir, aumentar a produtividade com sustentabilidade. “Felizmente, nossos produtores têm buscado novas tecnologias de produtividade e manejo de rebanhos para conciliar o aumento da rentabilidade da propriedade com a conservação ambiental”, constata Acir.

Brasil deve ampliar exportação

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia assinaram durante reunião do BRICS protocolo que viabilizará a habilitação de ao menos 74 plantas brasileiras exportadoras de tripas e outros derivados de carne bovina.

Desde o ano passado, essas empresas estão impedidas de vender seus subprodutos de carne à Rússia devido a novos requisitos técnicos estabelecidos pelo país europeu. Com o documento assinado pelo secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Décio Coutinho, o Brasil passa a aceitar as exigências russas, abrindo caminho para que as 74 plantas brasileiras retomem suas vendas.

“Com essa assinatura, queremos restabelecer as 74 plantas como exportadoras e ampliar esse número, oferecendo mais uma oportunidade de negócio aos nossos produtores”, destacou Décio Coutinho, acrescentando que o protocolo assinado entre Brasil e Rússia deverá ser ampliado ao Mercosul e à União Euroasiática.

TRIGO – A ministra Kátia Abreu e o ministro da Agricultura da Rússia, Alexander Tkachev, assinaram uma Instrução Normativa que facilita a importação de trigo russo pelo Brasil, que compra anualmente cerca de 6 milhões de toneladas do produto.

O trigo da Rússia, apesar de estar autorizado a entrar no Brasil, enfrentava dificuldades de acesso ao processamento nos portos, o que inviabilizava a venda. “Retirando esse requisito específico previsto nas nossas normas, facilitamos o processo e agora realmente poderá haver comércio de trigo da Rússia para o Brasil”, explicou o secretário Coutinho.

PESCADOS – Em relação à importação de pescados russos, a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Tatiana Palermo, afirmou que um relatório preliminar deverá ser apresentado pelo Brasil ainda em novembro, possibilitando, pela primeira vez, a importação do produto. “Assim que o mercado for aberto, os russos também usarão o protocolo de prelisting, a exemplo do que fazemos com nossa carne exportada”, ressaltou Tatiana Palermo.

AGILIDADE – A secretária disse que o Brasil está vivendo “um momento especial” em sua relação comercial com a Rússia. “Os próprios russos reconhecem que há uma agilidade inédita na interlocução entre os dois ministérios”, comemorou a secretária. “Basicamente limpamos nossa pauta com o país.”

Reunião do Brics debate fortalecimento do bloco econômico

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Brics: comércio mais harmônico e justo

A união dos cinco países do Brics torna o comércio intra-bloco “mais harmônico e justo, com honestidade e transparência”, avalia a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tatiana Palermo. Ela fez a declaração durante a 5ª Reunião dos Ministros da Agricultura e Desenvolvimento Agrário do Brics (bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Moscou.

Tatiana Palermo representou o Brasil durante a reunião, ao lado do secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Décio Coutinho. Também integram a delegação brasileira na viagem à Rússia, chefiada pela ministra Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) e o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte, José Vieira.
Tatiana Palermo disse que as economias emergentes têm grandes desafios, como manter a estabilidade monetária e financeira, assegurar condições para o empreendedorismo e a economia competitiva e negociar o livre comércio, entre outros. A união do bloco, acrescentou, pode auxiliar no enfrentamento a esses desafios.

A secretária destacou que a agropecuária brasileira é uma das mais sustentáveis do mundo do ponto de vista ambiental, econômico e social. O país tem a maior agricultura tropical do planeta, mantendo preservados mais de 60% dos biomas naturais.

PRODUTIVIDADE

“A cada dia produzimos mais no mesmo espaço. Não fossem os ganhos de produtividade das últimas quatro décadas, seria necessário o triplo da área atual para produzir 209 milhões de toneladas de grãos, que é a safra prevista para este ano”, observou a secretária. Ela lembrou ainda o compromisso assumido pela presidenta Dilma Rousseff, durante a Conferência das Nações Unidas para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 43% até 2030.



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