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Adeus a Beth Carvalho Madrinha dos sambistas

O Brasil perdeu no último dia 30 de abril passado, aquela que é considerada a Madrinha do Samba de Raiz a cantora e compositora Beth..

Publicado: 02/05/2019 às 17h44
Atualizado: 02/05/2019 às 17h49

Beth Carvalho, cantora.

O Brasil perdeu no último dia 30 de abril passado, aquela que é considerada a Madrinha do Samba de Raiz a cantora e compositora Beth Carvalho.

Beth estava internada no Hospital Pró-Cardíaco desde 8 de janeiro. A causa foi uma infecção generalizado. O velório aconteceu no Salão Nobre da sede do Botafogo de Furtebol e Regatas seu time de coração.

Ainda na década de 1960 Beth Carnaval descobriu a magia do Bloco Cacique de Ramos inclusive gravou o samba tema do bloco para o carnaval de 1966 “Água na Boca”, que foi sucesso nacional no carnaval daquele ano.

A morte de Beth repercutiu no meio cultural, artístico e político. A Estação Primeira de Mangueira, em suas redes sociais lembrou de Beth como “um dos mais importantes nomes do samba e voz que cantava com alma as cores de nosso pavilhão”. O Cacique de Ramos, lembrou da trajetória artística “firmando-se como madrinha de uma geração de sambistas, e também da nossa agremiação.”

Vida pessoal

Beth era filha de João Francisco Leal de Carvalho, piauiense, e Maria Nair Santos. Tinha uma única irmã, chamada Vânia Santos Leal de Carvalho. Decidiu seguir a carreira artística após ganhar um violão da mãe. Aos oito anos, ouvia emocionada as canções de Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida, grandes amigos de seu pai, que era advogado. Sua avó, Ressú, tocava bandolim e violão.

Sua mãe tocava piano clássico. Sua irmã Vânia cantava e gravou discos de samba.

Beth fez balé por toda infância e na adolescência estudou violão, numa escola de música. Seguindo essa área, se tornou professora de música e passou a dar aulas em escolas locais. Nos anos 60, surgia a cantora Beth Carvalho, influenciada por tudo isso e pela bossa nova, gênero musical que passou a gostar depois de ouvir João Gilberto, passando a compor e a cantar.

Em 1965, gravou o seu primeiro compacto simples com a música Por Quem Morreu de Amor, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Em 1966, já envolvida com o samba, participou do show A Hora e a Vez do Samba, ao lado de Nelson Sargento e Noca da Portela. Vieram os festivais e Beth participou de quase todos: Festival Internacional da Canção (FIC), Festival Universitário, Brasil Canta no Rio, entre outros.

No FIC de 68, conquistou o 3º lugar com Andança, de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi, e ficou conhecida em todo o país. Além de seu primeiro grande sucesso, Andança é o título de seu primeiro LP lançado no ano seguinte.

Beth Carvalho é reconhecida por resgatar e revelar músicos e compositores do samba. Em 1972, buscou Nelson Cavaquinho para a gravação de Folhas Secas e em 1975 fez o mesmo com Cartola, ao lançar As Rosas Não Falam. Pagodeira, conheceu a fertilidade dos compositores do povo e, mais do que isso, conheceu os lugares onde estavam, onde viviam, onde cantavam e tocavam. Frequentadora assídua dos pagodes, entre eles os do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, Beth Carvalho revelou artistas como o grupo Fundo de Quintal, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Sombra, Sombrinha, Arlindo Cruz, Luis Carlos da Vila, Jorge Aragão e muitos outros.

Em 1997, viu a música “Coisinha do Pai”, grande sucesso de seu repertório, ser tocada no espaço sideral, quando a engenheira brasileira da Nasa Jacqueline Lyra, programou para ‘acordar’ o robô em Marte.

Nossa querida Beth Carvalho partiu cercada do amor de seus familiares e amigos. Agradecemos todas as manifestações de carinho e solidariedade nesse momento. Beth deixa um legado inestimável para a música popular brasileira e sempre será lembrada por sua luta pela cultura e pelo povo brasileiro. Seu talento nos presenteou com a revelação de inúmeros compositores e artistas que estão aí na estrada do sucesso. Começando com o sucesso arrebatador de Andança, até chegar a Marte com Coisinha do Pai, Beth traçou uma trajetória vitoriosa laureada por vários prêmios, inclusive um Grammy pelo conjunto da obra.

Por Silvio Santos Diário da Amazônia

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