O dia 20 de novembro é celebrado o Dia da Consciência Negra. Apesar do preconceito que ainda persiste na sociedade, os negros têm conquistado cada vez mais espaços nas artes e na comunicação. Um dos destaques no cenário atual do jornalismo é Alexandre Henderson. Ele comemora 10 anos de carreira na telinha, sendo três deles com o quadro “Hoje é dia d…”, do programa “Como Será?”, da TV Globo. Por este trabalho, ele ganhou o prêmio Comunique-se 2017 na categoria “Cultura Falada”.
“Fico orgulhoso do espaço que conquistei na televisão! São 10 anos ininterruptos na telinha e alguns prêmios, como o mais recente, o “Comunique-se”, muito especial para mim por ter me sagrado o melhor repórter de cultura do ano. Sinto que tenho trilhado um caminho que inspira muitos outros jovens! É uma história que vem sendo feita à base de muita garra e empenho! O preconceito, seja ele qual for, é muito triste! Não leva a lugar nenhum, só fomenta o ódio e a perversidade. Procuro levar a vida na leveza e não pautando a minha jornada através dos dissabores da sociedade. Quero andar na trilha de mãos dadas com outras pessoas, sem passar por cima de ninguém. Não somos felizes sós e espero que o universo sempre coloque no meu caminho gente no sentido profundo da palavra”, completa o jornalista.
Henderson também falou sobre o preconceito, ainda tão presente na sociedade brasileira, e destaca a educação como ferramenta chave para tornar o cidadão mais sensível ao tema.
“Há pessoas que expõem os seus ódios nas redes sociais, o que tem causado uma certa repercussão, mas ainda prevalece o “preconceito de ter preconceito”. As pessoas não expõem de uma forma clara o que sentem porque é politicamente incorreto. Vivemos ainda o racismo velado no nosso país. Por outro lado, a discussão em torno do preconceito racial está na agenda, o que mostra que é uma questão ainda a ser trabalhada. O tempo dirá. O importante é que as pessoas falam mais sobre isso. As escolas estão cuidando mais do assunto e tenho um olhar otimista dessa geração que está crescendo. O caminho é a educação! Fazer com que o cidadão reflita com profundidade a assimetria, consequência da escravidão, é uma forma de tornar esse cidadão sensível ao tema”, diz.
Apesar das conquistas em áreas nos setores público e privado, Henderson ainda vê um caminho longo quando o assunto é igualdade e oportunidades.
“O Brasil precisa avançar muito! Todos são iguais perante a lei, mas existe uma distância entre o papel e a prática. O negro no Brasil, pelo próprio processo histórico, ainda está fora de alguns espaços de poder, de consumo, de educação, de moradia e de trabalho”, finaliza.