Uma das variações do mal de Alzheimer, a doença é comum em pacientes nessa faixa etária. Segundo o Ministério da Saúde, a prevalência com pessoas com 65 anos ou mais é de 11,5%. A Associação Brasileira de Alzheimer aponta que 1,2 milhão de brasileiros convivem com esse tipo de demência.
Ao procurar o Sistema Único de Saúde (SUS), os familiares e pacientes têm acesso ao tratamento integral e gratuito, o que inclui diagnóstico, medicações e monitoramento da doença. Para tanto, são realizados exames de imagem do cérebro, como tomografias e ressonâncias, mas a avaliação clínica é ainda mais preponderante na definição do quadro.
Apesar de não ter cura, existe tratamento para aliviar os sintomas do Alzheimer. Os medicamentos e os serviços multidisciplinares para melhorar a qualidade de vida dos pacientes estão disponíveis na rede pública de saúde do Brasil.
Essa iniciativa inclui fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e suporte psicológico e familiar. Hoje, 139 Centros Especializados em Reabilitação pelo País fornecem esse atendimento global aos pacientes. Além disso, o SUS também distribui a Memantina, usado no tratamento de pessoas com Alzheimer.
A doença se manifesta a partir da atrofia do cérebro, que perde neurônios e sinapses. Além disso, o acúmulo da proteína beta-amiloide na massa encefálica também contribui para as alterações.
Esse quadro leva a mudanças de comportamento e falhas cognitivas de memória, orientação, atenção e linguagem. “A nossa vida mudou completamente. Ele demora muito para responder. E a maioria das perguntas que faço para ele, o Geraldo não sabe ou esqueceu”, lamentou Marina.
Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, o geriatra do Hospital Universitário de Brasília (HUB) Marco Polo Dias Freitas explica que a família deve estar atenta a esses sinais. E ressalta: perda de memória não significa necessariamente uma doença. “Para falar do ponto de vista de demência, é quando a pessoa começa a perder habilidades adquiridas e deixa de fazer coisas que aprendeu ao longo da vida, muitas vezes são habilidades mais complexas. Aí começa a ser preocupante.”
Foi assim também com o metalúrgico aposentado, Geraldo Marcari (66). Além de trabalhar na usina em São José do Rio Preto (SP), era treinador do time de futebol da cidade. Quando ele deixou os treinos, a filha, Juliana Marcari, percebeu que algo estava errado. Ela é a responsável pelos cuidados com o pai há sete anos. “Ele hoje é 100% dependente, não sabe jogar bola, não sabe fazer mais nada que fazia antigamente, não se lembra nem dos amigos da firma e nem do nome da firma.”