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Diário da Amazônia

Amazônia tem mais de 35% dos casos de violência no campo

Pará e Rondônia são os Estados com maiores índices de violência no campo em 2018

Por Redação, CPT e DECOM
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Publicado: 25/04/2019 às 10h27min

Quanto aos assassinatos por conflitos de terra, o Estado do Pará lidera na região Amazônica com 16 mortes e Rondônia é o segundo com mortes

A CPT (Comissão Pastoral da Terra), organização ecumênica de igrejas cristãs, lança hoje em todo o País, o Caderno de Conflitos no Campo Brasil 2018, em que a Amazônia aparece como a região mais violenta no campo e Rondônia como o segundo Estado da região com maior índice (66 casos) de Violência contra a Ocupação e a Posse, perdendo apenas o Pará com 121 casos. O vizinho Acre é o terceiro com 59 registros.
Quanto aos assassinatos por conflitos de terra, o Pará lidera na região Amazônica com 16 mortes e Rondônia com 6 mortes. Os dados também apontam tentativas de assassinatos, mortos em consequência, ameaçados de morte, torturados, presos e agredidos.
O relatório Conflitos no Campo Brasil 2018 registrou 1.489 conflitos em 2018 ante os 1.431 de 2017, o que representa um aumento de 3,9%. A maioria destes conflitos está concentrada na região amazônica, e soma um total de cerca de um milhão de pessoas envolvidas, um aumento de 35% em relação a 2017 que registrou o envolvimento de 708.520 pessoas envolvidas.
Esta é a 34ª edição do relatório que reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro em 2018, neles inclusos indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais.

Rondônia

Em Rondônia, o lançamento do Caderno será em uma audiência pública, hoje (25), às 9h, na Assembleia Legislativa. O deputado estadual Lazinho da Fetagro (PT), destaca que a violência no campo em Rondônia não é só um problema de registro e estatística, mas um convite à reflexão e ações concretas.
Alertam que Rondônia segue sendo uma área desafiadora quando se fala em conflitos agrários. Ao todo foram 66 ocorrências de conflitos registradas, envolvendo cerca de 4.997 famílias; com menos ocorrência de morte por conflitos agrários em relação aos outros anos, 20 em 2015, 21 em 2016, 17 casos em 2017. Contudo, a violência segue acontecendo e os casos de conflitos seguem sem respostas e sem soluções.

O que é a CPT?

A CPT (Comissão Pastoral da Terra) nasceu em junho de 1975, como resposta à grave situação vivida pelos trabalhadores rurais, posseiros e peões, sobretudo na Amazônia, explorados em seu trabalho, submetidos a condições análogas ao trabalho escravo e expulsos das terras que ocupavam.
Nasceu ligada à Igreja Católica, mas adquiriu caráter ecumênico, tanto no sentido dos trabalhadores que eram apoiados, quanto na incorporação de agentes de outras igrejas cristãs, destacadamente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB.

Objetivo

A CPT foi criada para ser um serviço à causa dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e de ser um suporte para a sua organização.



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