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Diário da Amazônia

Apenas 7% dos professores do Maranhão serão contemplados com a dádiva de Dino.

Governador do PcdoB, Flávio Dino hoje Movimento 65, enalteceu na imprensa e nas Redes Sociais o maior salário do Brasil de 6.300 reais.

Por Victoria Angelo Bacon.
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Publicado: 04/02/2020 às 11h29min | Atualizado 04/02/2020 às 21h58min

 

Exagero do governador comunista do Maranhão: Apesar do valor do piso para 40 horas ser o maior do país, apenas 7% dos professores da rede possuem essa atribuição de aulas. O restante, 93% dos professores recebem igual ou menor a maioria dos Estados do Brasil (entre 2.300 a 2.800) reais.

Flávio Dino durante a abertura do ano letivo 2019 nas escolas estaduais do Maranhão.

 

Explicando.

Celso Costa é professor de Química da Escola Estadual Conceição Teófilo, na zona rural de Timon, a quarta cidade mais populosa do estado do Maranhão, que se conecta à capital do Piauí, Teresina, por uma ponte. Todos os dias, Celso faz essa travessia para dar aulas para o Ensino Médio na escola maranhense. No início deste mês, o professor e seus colegas da rede estadual foram surpreendidos pelo anúncio do governador Flávio Dino sobre o reajuste de 17,50% para o piso salarial da categoria. A mudança acabou chamando atenção mesmo para outro número: o salário-base para professores com carga horária de 40 horas semanais. São R$ 6.358, o que o tornaria o maior salário para professores no país, batendo de longe São Paulo e Distrito Federal.

Flávio Dino durante o lançamento do Movimento 65 que substituiu o PcdoB.

 

A Secretaria de Educação do estado do Maranhão, coordenada por Felipe Camarão, afirma por meio de sua assessoria que, graças a maiores investimentos públicos, foi possível incrementar o orçamento da pasta. O impacto anual do reajuste será de R$ 115 milhões que, ainda segundo a secretaria, está dentro do planejamento financeiro. O número assusta quando se pensa que a economia brasileira cresceu apenas 1% em 2019, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao todo, 31.137 professores em atividade receberão o reajuste no estado, sendo 25.599 efetivos e 5.538 contratados – além de aproximadamente 15 mil aposentados. Mas o salário de quase R$ 6,4 mil contemplará 2.147 docentes da rede, quase 7% dos professores estaduais maranhenses, pois apenas esse contingente possui a jornada semanal de 40 horas.

O professor de Química leciona 20 horas semanais no Maranhão e o piso-salarial para docentes com essa carga horária será de R$ 2.841,00, valor ainda acima de todos os outros estados brasileiros. Minas Gerais não possui elevação para 40 horas semanais e paga R$ 2.135,64 para essa mesma grade, já o Rio Grande do Norte estabelece o piso de R$ 2.414, 30 para 30 horas semanais, ambos abaixo do estado maranhense.

Celso Costa enxerga o reajuste como uma conquista da categoria, mas ressalta que não receberão os 6,81% retroativo a janeiro e o último concurso público que participou, em 2012, oferecia somente 20 horas semanais. Para ampliar a oferta da jornada de 40 horas, a Secretaria afirma que “estão em andamento novos processos, que beneficiarão mais 1.200 professores que receberão a partir desse valor do piso de R$ 6.358” e ressalta que o pagamento dos salários reajustados será realizado em março e junho.

Desde 2015, os professores do Maranhão tiveram reajuste salarial de 30,35%, acima da inflação do período medida pelo IPCA (índice oficial), de 21,46%, elevaram o poder de compra diante da categoria.

Comparativo de salário de professores entre São Paulo (o mais rico em arrecadação) e o Maranhão (o mais pobre).

 

 



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