Edição de hoje nº 7702
Repercutiu Brasil afora a entrevista da presidente Dilma Rousseff (PT) concedida na última quarta-feira a um grupo de jornalistas de jornais impressos do Brasil. A petista prometeu ajustes nos gastos e aperto na inflação. Ela afirmou ainda que vai ter de fazer o “dever de casa”. Outra frase importante que causou repercusão foi a afirmação de Dilma em dizer que não é presidente do PT e sim do Brasil. Talvez a presidente tenha recibo conselho de marqueteiros de campanha para adotar esse discurso.
A entrevista de Dilma a um grupo pequeno de jornalistas ocorreu justamente no mesmo dia em que a Petrobras anunciou reajuste de 3% no preço da gasolina e 5% do diesel nas refinarias. Não se tem dúvida que esse reajuste vai ter efeito dominó na vida do contribuinte com aumento dos produtos da cesta básica. De fato a presidente terá de mostrar habilidade com a economia do País e corrigir as falhas cometidas no seu primeiro mandato na política de combate à inflação.
O primeiro sinal de esperança surgiu ontem. A inflação oficial do País, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), recuou de 0,57% em setembro para 0,42% em outubro, de acordo com dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em igual mês do ano passado, o avanço era maior, de 0,57%.
Os números precisam continuar baixando. Agora, com o próprio mandato conquistado, Dilma terá a oportunidade de colocar uma equipe mais forte nas Esplanadas dos Minitérios, sem interferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na própria entrevista concedida aos veículos de comunicação, ela já anunciou que não pretende reduzir o número de ministérios, mas a intenção é reduzir as despesas. Todos os ministérios tem importância, principalmente a recém-criada Secretaria de Portos e o Ministério da Micro e Pequena Empresa. O que o Brasil precisa melhorar, – e o empresariado é conhecedor -, é a logística, um problema que engessa a economia do Brasil. Se esses problemas forem corrigidos no segundo mandato, é possível o recuo da inflação nos próximos meses de 2015.