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Diário da Amazônia

Após 1 ano e 700 currículos, jovem consegue trabalho e fará faculdade

Após passar um ano mandando currículos e fazendo entrevistas, Vitoria Oliveira, de 19 anos, conseguiu um emprego para ajudar a pagar seu..

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Publicado: 21/12/2019 às 11h12min

Vitória conseguiu seu 1º emprego com carteira assinada em uma loja do Brás
Edu Garcia/R7

Após passar um ano mandando currículos e fazendo entrevistas, Vitoria Oliveira, de 19 anos, conseguiu um emprego para ajudar a pagar seu curso universitário de design gráfico. Seu caso foi um dos 948.344 empregos criados com carteira assinada no ano, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Apenas em novembro foram 99,2 mil vagas, segundo dados divulgados nesta semana.

Como ajudante-geral em uma loja de roupas no Brás, região central de São Paulo, Vitoria corre para dar conta do enorme movimento dos dias que antecedem o Natal e já faz planos para 2020. “Vou destrancar a matrícula no começo do ano”, conta ela que parou de frequentar as aulas no meio do ano, ao final do terceiro semestre.

A jovem conta que mandou seu currículo para mais de 700 empresas e lojas ao longo de um ano e que chegou a fazer 10 entrevistas de emprego. Relata, porém, que o mercado de trabalho oferece dificuldades. “A concorrência é grande, e poucos empresários estão dispostos a dar uma oportunidade a quem não tem experiência”, diz a jovem, que só tinha feito bicos até então.

Leia mais: Vendas do Natal crescerão mais que previsto, prevê CNC

Em setembro, ela foi contratada pela loja Dejelone, no Brás, que é seu primeiro trabalho com carteira assinada. Ela conta que pegou rápido o trabalho. “Faço contagem das mercadorias, coloco etiqueta nas peças e ajudo no que posso”, relata. Após ser efetivada, ela conta que pretende trabalhar no comércio pelo menos até se formar.

Segundo o comerciante Lauro Pimenta, de 29 anos, que administra a loja juntamente com dois irmãos e seu pai, o fundador do espaço, a expectativa é que as duas lojas da família no Brás juntas passem a contar com até 10 funcionários a mais do que tinham no começo de 2018. Parte desses novos colaboradores virá das vagas temporárias abertas nesse final de ano por conta das vendas de Natal.

O empresário Lauro Pimenta, que aponta crescimento de vendas e contratações
O empresário Lauro Pimenta, que aponta crescimento de vendas e contratações

“Nós percebemos um aumento de 7% a 8% no faturamento nesses últimos meses e estamos na expectativa de manter isso. E abre margem para termos mais funcionários”, relata.

Pimenta credita a melhoria nas vendas principalmente à liberação do FGTS, realizada pela Caixa desde setembro. E afirma que, se o governo atuar no sentido de desburocratizar e incentivar a economia, a possibilidade é que o comércio mantenha esse bom momento.

O comerciante conta ainda que esse é o primeiro ano com crescimento desde 2012. “As vendas vinham caindo pouco a pouco no Natal. Os anos de 2015, 2016 e 2017 foram mais fracos e o de 2018, que parecia que seria melhor, acabou não mudando muito. A melhora começou a vir agora realmente”, conta.

Varejo

O mês de novembro teve 1.291.837 contratações formais e 1.192.605 demissões, segundo o Caged. Foi o oitavo mês consecutivo com mais admissões do que desligamentos com carteira assinada. O saldo foi de 99.232 novos postos de trabalho. O comércio foi justamente o setor que mais se destacou com 106.834 contratações – a maioria no varejo.

O momento favorável fez a ACSP (Associação Comercial de São Paulo) projetar crescimento de 4,5% no Natal. Segundo o economista da entidade, Marcel Solimeo, o aumento do fluxo de pessoas nas lojas de rua, principalmente, surpreendeu de forma favorável.

“Esse pode ter sido resultado de quatro fatores: alta do emprego, ainda que a maioria informal; nova rodada da queda das taxas de juros; liberação da parcela extra do saque do FGTS e do otimismo do consumidor com relação ao futuro da situação financeira”, diz.

A melhora tem impacto direto na contratação de trabalhadores temporários. Tanto que a Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário) previu em outubro a abertura de 570 mil vagas no final deste ano em todo o país – uma expansão de 13,8% em relação ao mesmo período do ano passado (entre setembro e dezembro), quando foram disponibilizados 500 mil postos de trabalho.

Fonte: R7



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