Olavo de Carvalho que é amigo pessoal e um dos colaboradores ideológicos do presidente Bolsonaro, teceu crítica em sua Rede Social em desfavor as falas do secretário de Cultura do Governo Federal, Roberto Alvim que parou o país, após a liberação do vídeo institucional.
Presidente Jair Bolsonaro decide pela demissão de Roberto Alvim da Cultura.
O que Olavo disse?
Olavo de Carvalho criticou o vídeo nazista publicado por Roberto Alvim, secretário da Cultura de Jair Bolsonaro, na noite desta quinta-feira (16) nas redes sociais, com trechos de um discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler.
Pelo Facebook, Olavo de Carvalho, que indicou Alvim para o cargo, sinaliza que o seu doutrinado parece maluco. “É cedo para julgar, mas o Roberto Alvim talvez não esteja muito bem da cabeça. Veremos”, escreveu o guru no Facebook.
O que o presidente disse?
O secretário especial da Cultura, Roberto Alvim, disse que conversou com o presidente Jair Bolsonaro na manhã desta sexta-feira, (17/1), após a repercussão gerada pelo vídeo em que copia um trecho do discurso do ministro de Hitler, Joseph Goebbels.
“Liguei para ele e expliquei a coincidência retórica. Ele entendeu que não houve má intencionalidade e que eu não sabia a origem da menção”, comentou o secretário em entrevista ao programa Chamada Geral da rádio GaúchaZH. Alvim explicou que o texto foi construído com o auxílio de assessores. O Palácio do Planalto afirmou, em nota, que não vai se manifestar sobre a fala do secretário.
Alvim disse que a semelhança entre os discursos foi “uma coincidência retórica” e que, apesar de concordar com o trecho citado no vídeo, repudia os ideais nazistas. “Eu sou cristão, minha vinculação ao povo judeu é absoluta. Então, peço, humildemente, de todo o coração, perdão às pessoas que se sentiram ofendidas por essa infeliz associação retórica”, se desculpou. “Não há em nosso horizonte nenhuma conexão com o regime nazista”, completou.
Às 11 horas da manhã dessa sexta-feira (17) de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro decide pela demissão de Roberto Alvim.
A causa da polêmica.
Na noite de quinta-feira, Roberto Alvim gerou indignação nas redes sociais por causa de um vídeo criado para divulgar o Prêmio Nacional das Artes , projeto lançado horas antes em live com a participação do próprio presidente. No discurso, o secretário copiou uma citação do ministro de propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels.
Depois de uma repercussão negativa, Alvim afirmou que o houve uma “coincidência retórica”. “Todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência com UMA frase de um discurso de Goebbles…não o citei e JAMAIS o faria.foi, como eu disse, uma coincidência retórica. Mas a frase em si é perfeita:heroísmo e aspirações do povo é o que queremos ver na Arte nacional.”
Goebbes e Alvim.
O trecho de Alvim que referencia o ministro nazista foi promovido nos perfis oficiais da Secretaria da Cultura na 5ª feira (16.jan). Na ocasião, ele divulgou o Prêmio Nacional das Artes e falou: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada.”
Segundo livro do historiador alemão Peter Longerich, Goebbels fez 1 discurso semelhante em 8 de maio de de 1933, no hotel Kaiserhof, em Berlim (Alemanha), para diretores de teatro.
“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos [potência emocional] e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”, disse Goebbels.
O texto foi construído a partir das notícias publicadas no Portal O Globo, sítios Folha, Poder 360 e Secretaria da Cultura do Governo Federal.