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Diário da Amazônia

Atendimento para auxílio emergencial deve ser descentralizado, defende federação que representa bancários da Caixa

Presidente da Fenae destaca que responsabilidade tem que ser compartilhada para manutenção da assistência à sociedade e preservação da saúde

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Publicado: 01/05/2020 às 10h20min | Atualizado 01/05/2020 às 10h31min

Divulgação

O atendimento aos beneficiários do auxílio emergencial de R$ 600 deveria ser descentralizado para outros bancos e instituições com o objetivo de evitar as filas e aglomerações que vêm ocorrendo em diversos locais do país. É o que defende o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira.

“Outros bancos e instâncias têm que assumir, junto com a Caixa, essa responsabilidade. É impossível prestar o atendimento que a população merece só com a Caixa”, afirma. Segundo projeções do governo, o número de brasileiros que devem solicitar o benefício ultrapassará 70 milhões. “Temos que preservar a saúde das pessoas e dos bancários, que estão cumprindo um papel muito importante e precisam de condições para que possam continuar executando suas tarefas”, acrescenta Jair Ferreira.

Como observa o presidente da Fenae, o governo chegou a anunciar que a concessão do auxílio seria feita não só pela Caixa Econômica como também pelo Banco do Brasil, o Banco da Amazônia (Basa) e o Banco do Nordeste (BNB), além de lotéricas e unidades dos Correios. “Inicialmente, o governo falou que o pagamento do benefício seria feito por diversos outros órgãos. Depois, centralizou na Caixa”, lembra Ferreira. “É um volume muito grande de pessoas que têm direito a receber este benefício emergencial. Ele é importante e as pessoas estão precisando destes recursos”, acrescenta.

O presidente da Fenae também analisa a atuação de órgãos do governo à frente da concessão do auxílio emergencial. Segundo Jair Ferreira, é responsabilidade das autoridades fazer o benefício chegar à população.

“A Caixa está fazendo a parte dela. Mas, do jeito que está, com esta desorganização por parte do Ministério da Cidadania e de outras autoridades, nós estamos tendo problemas e vamos continuar tendo”, lamenta o dirigente.

FILAS E AGLOMERAÇÕES

Sobre as filas e aglomerações registradas em agências de diversos municípios, o presidente da Fenae analisa que o Brasil está na contramão do que autoridades de saúde “do mundo inteiro” recomendam. “A orientação das autoridades nacionais e internacionais (de saúde) é que se deve evitar aglomerações. Infelizmente, o governo federal não quer assumir seu papel em relação a isso. O comércio foi fechado e, de repente, as agências da Caixa viraram o local das grandes aglomerações no país”, observa Jair Ferreira.

Ele destaca que a Fenae e outras representações sindicais vêm fazendo diferentes cobranças ao governo para a preservação da saúde dos bancários e da população durante a pandemia do coronavírus. Uma delas foi o envio — pela federação e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) — de carta ao ministro da Saúde, Nelson Teich.

CAMPANHA INFORMATIVA

No documento, encaminhado na última semana, as entidades manifestam ao ministro preocupação com o avanço da Covid-19 no país. Elas observam a necessidade de segurança à saúde dos bancários para que eles possam continuar prestando atendimento à sociedade.

Diante disso, cobram do ministério ações efetivas para proteger os trabalhadores e as pessoas. Entre elas, campanha de comunicação ampla e efetiva sobre as formas de cadastramento e recebimento do auxílio. Solicitam, ainda, o maior acompanhamento da situação nas agências e das condições de trabalho dos empregados da Caixa.

“Pedimos que a responsabilidade fosse compartilhada na orientação geral à população, para a segurança de todos”, conta Jair Ferreira, ao destacar que a solicitação do auxílio emergencial é feita exclusivamente de forma eletrônica (por aplicativo ou site) e que o saque do benefício é permito também em caixas eletrônicos e lotéricas.

“O que faltou e continua faltando é uma organização geral nacional. O que não pode continuar acontecendo é só os empregados da Caixa ficarem responsáveis por orientar e atender a população”, completa o presidente da Fenae.

MP 959

Na noite desta quarta-feira (29), o governo federal publicou a Medida Provisória 959/2020, que regulamenta o pagamento dos benefícios emergenciais para trabalhadores que tiveram salário reduzido ou contrato de trabalho suspenso devido à pandemia do coronavírus. Isso valerá tanto no caso do benefício emergencial de R$ 600 quanto para os pagamentos de parte da remuneração para trabalhadores que tiveram salário e jornada de trabalho reduzidos ou os contratos suspensos temporariamente.

Conforme a MP, caberá à Caixa Econômica e ao Banco do Brasil transferir os pagamentos para os bancos onde os trabalhadores beneficiados tenham conta bancária. No caso dos beneficiários que não tenham conta, caberá à Caixa e ao BB abrir uma conta digital automática específica em nome de cada um, onde os pagamentos serão feitos. A MP 959 seguiu para a análise do Plenário da Câmara dos Deputados.

 

Fonte: FENAE



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