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Diário da Amazônia

Aumento de energia: comércio de RO pode recorrer a demissões

Em todo estado estimam que sete mil portas de empregos se fecharão nos próximos meses.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 22/02/2019 às 10h23min | Atualizado 22/02/2019 às 15h16min

Foto: Diário da Amazônia

Caso a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não reveja a decisão que gerou no aumento das tarifas de energia elétrica, o comércio de Rondônia sentirá as consequências e poderá recorrer a demissões para manter as portas abertas. Segmentos como restaurantes, panificadoras, lojas e até setores de serviços como serralherias já anunciam que devem iniciar os cortes. Em todo Estado estimam que sete mil portas de empregos se fecharão nos próximos meses.

Não é só o comércio que sente o peso dos reajustes de até 27% nas tarifas. Grande parte da população do Estado ganha o piso salarial do comércio definido na Convenção Coletiva 2018/2019 em R$ 1.085 e de R$ 1.000 para as empresa que aderiram ao Repis (Regime Especial de Piso Salarial). Muitas famílias estão sem condições de pagar as contas de energia que chegaram com reajustes já no mês de janeiro.

Adelina Constantino Braga disse que o reajuste a pegou de surpresa e não teve como pagar. “Ou pago a luz (energia elétrica) ou compro comida pra casa”, lamentou. Situação semelhante ocorreu com várias famílias da capital e interior do estado.

MOBILIZAÇÃO

O conselheiro da Fecomércio (Federação do Comércio de Rondônia), Francisco Holanda, destacou a importância da mobilização das classes empresariais e entidades da sociedade civil, que na sexta-feira (15) realizaram atos públicos nas principais cidades de Rondônia e resultou numa agenda em Brasília em busca de medidas judiciais e políticas para resolver o problema.

O advogado Gabriel Tomasete considerou a união política e da sociedade como fundamental para conseguir as reuniões na capital federal. Espera que os resultados sejam favoráveis em favor da população. Para ele, o reajuste foi abuso contra o consumidor.

FECOMÉRCIO

O vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac /IFPE -RO, Raniery Araújo Coelho, participou da audiência da Bancada Federal de Rondônia com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para tratar da redução da tarifa de energia elétrica no Estado. Na audiência, de quase duas horas, foram apresentados ao ministro as possíveis consequências para a economia e para a população se a decisão não for revertida.

“O impacto se dará em todo o setor produtivo – comércio, indústria e agricultura – de um Estado em acelerado desenvolvimento. Empreendedores deixarão de investir e aqueles que planejavam realizar negócios também desistirão”, destacou Raniery. O aumento elevado da energia também trará problemas para a população, visto que a média salarial em Rondônia gira em torno do salário mínimo. “São pessoas sem condições de absorver esse aumento”, analisou o presidente.

Os empresários também são afetados com o aumento. A maioria terá que reduzir o quadro de funcionários para pagar a energia que mantém a sua operação. “Ainda assim, terão que transferir parte do custo para quem consome seus produtos. Ou seja, é um círculo vicioso, com impacto em todos os segmentos da sociedade”, disse Raniery.

O presidente da Fecomércio/RO e vice presidente da CNC ressaltou ainda que a instituição está unida a lideranças empresariais e políticas para defender a população e o setor produtivo e dessa forma encontrar uma saída que seja razoável e atenda às necessidades de todos os envolvidos. O ministro pediu prazo à comissão rondoniense para que possa reunir a equipe técnica e analisar o pedido de redução das tarifas.



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