Autonomia do BC é a nova polêmica

O governo Bolsonaro lança mais um projeto que ferve o meio político e econômico. A proposta de autonomia do Banco Central, que será encaminhada ao Congresso, faz parte do plano de governo anunciado em campanha e propõe ser um modelo econômico já aplicado em outros países com economia estável.

As reações vem de preocupações sobre fontes de fomento do desenvolvimento interno do país. O Banco Central é uma autarquia do sistema financeiro, vinculado ao Governo do país, com menos autonomia descentralizada da administração pública, sujeita à fiscalização e à tutela o Estado.

Tem competências para agir como o Banco dos bancos, desempenhando o papel de órgão monetário principal. Suas atribuições causam impacto direto à população porque cabe ao BC: emitir moeda, fixar taxa de juros básica, atuar no mercado de câmbio, realizar depósitos compulsórios e socorrer os bancos que estejam em dificuldades financeiras.

Diante da demanda importante do BC, lideranças políticas e do setor econômico temem que numa possível privatização, os principais bancos privados possam assumir o controle da economia do país. Atualmente a maior fatia da movimentação econômica na rede privada de bancos se concentra em apenas três instituições sendo o Bradesco, o Itaú e o Santander.

O governo anuncia que a possibilidade de monopólio privado não acontecerá. O ministro-chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni disse que a”a independência do BC é uma ferramenta muito importante usada pelas principais nações para dar tranquilidade a esse fundamental setor, que é a economia, que mexe com a vida de todos nós.” Para o governo, a economia do país tem base sólida e a autonomia do Banco Central já vinha sendo discutida nos governos anteriores. E que o modelo a ser apresentado contempla todos os segmentos econômicos.

O que é certo nesse momento é que a matéria causará mais um fervor no Congresso Nacional e o governo terá mais um projeto amplo e polêmico para tocar adiante e testar a credibilidade politica e a capacidade de negociação na base parlamentar.