Embora ainda não tenha ocorrido nenhum fenômeno de gravidade, a região norte brasileira, na qual se encontram Porto Velho e todo o Estado de Rondônia, está sujeita a sentir abalos sísmicos naturais e induzidos.
Apesar de já existir no Brasil a norma técnica específica para análise e desenvolvimento de projetos estruturais resistentes aos sismos, ainda há muito que se aperfeiçoar tecnicamente, no que diz respeito ao acompanhamento e monitoramento das ocorrências sísmicas.
“É possível complementar e melhorar as condições técnicas contra os impactos de abalos sísmicos nas estruturas de concreto armado, basta cumprir a lei”, diz o coordenador de atividades técnicas (CAT) do Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia, capitão Mário Vergotti.
Segundo ele, as técnicas construtivas precisam suportar qualquer tipo de abalo, garantindo dessa maneira a qualidade de vida das pessoas.
“A estrutura construída para suportar dois pavimentos, por exemplo, caso seja ampliada para três ou mais, exige cuidados em relação ao peso suplementar; estrutura mal dimensionada pode colapsar”, adverte.
“Ela dá o equilíbrio necessário ao setor, nós (CBM-RO) a recomendados da mesma forma que o CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), ou seja: empresas construtoras devem utilizar técnicas de especificação regulamentadora”, assinala Vergotti.
“Toda vez que uma falha for identificada, deve ser logo sanada para evitar possíveis acidentes; independentemente de abalos, o material inadequado pode causar desabamento”, alerta o capitão.
Porto Velho tem diversos prédios interditados pelo poder judiciário, devido a falhas estruturais.
A aprovação da Norma NBR 15421 (ABNT, 2006) e seu aproveitamento nas edificações de concreto armado demonstram que existem regiões no Brasil com possibilidades de ocorrências de abalos sísmicos, porém, pouco se tem divulgado este material no âmbito acadêmico e no âmbito profissional.
Até pouco tempo atrás, o assunto era pouco estudado no Brasil, entretanto, com a elaboração dessa norma, constatou-se que o País também apresenta características físicas que possibilitam a ocorrência de abalo sísmico nas estruturas.
“No dimensionamento sísmico, a resistência e a ductilidade são fatores essenciais no desempenho das estruturas, sejam simétricas ou assimétricas, durante o terremoto”, alerta Luís Alejandro Péres Peña, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB).
“A ductilidade depende do planejamento inicial da estrutura, que incluem os mecanismos de plastificação e distribuição de rigidez. Muitos edifícios têm configurações estruturais assimétricas ou irregulares”, ele alerta.
No domingo (26), um terremoto de magnitude 7,2 graus em território peruano trouxe mais preocupações aos estados do Acre e Rondônia.
Lá e cá, ele foi sentido por moradores de Rio Branco e Porto Velho. Desinformadas e até angustiadas, as pessoas se mostraram assustadas em postagens nas redes sociais. “Bom dia pra você que acordou às 3h45h com o prédio balançando sem saber se pulava da janela, descia pelas escadas ou chamava um Uber. Foi tenso mano #terremotoperu2019 – foi uma dessas manifestações.
A Defesa Civil constatou que o abalo foi sentido no centro e nas zonas norte e leste. Segundo a Defesa Civil, a região da cidade que mais sentiu o tremor foi a central, mas o abalo sísmico ainda pôde ser percebido em prédios na Zona Norte e Leste da cidade. Não houve comprometimento das estruturas.