Quem acreditava que uma possível privatização da BR 364, no trecho compreendido entre os estados de Mato Grosso e Acre, cortando, portanto, o estado de Rondônia, faria com que a fossem investidos recursos para melhorias para deixar tudo pronto para quem assumisse, se enganou duas vezes. Não vai ter privatização e nem investimentos em melhorias como duplicação.
O governo federal anunciou hoje que 16 mil quilômetros de rodovias serão privatizados até 2021, porém nenhum metro beneficia esse trecho da 364. Dos mais de 4.320 quilômetros da rodovia, que liga a cidade de Limeira (SP) até o município de Mâncio Lima (AC), já na fronteira com o Peru, apenas um pequeno trecho entre Goiás e Minas Gerais receberá algum tido de investimento.
De acordo com um comunicado emitido pelo Ministério dos Transportes, o governo federal pretende transferir 16 mil quilômetros (km) de rodovias para a iniciativa privada por meio de concessões. Em um encontro com empresários no Rio de Janeiro, na segunda-feira (24), o ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas afirmou que praticamente toda a malha viária do estado fluminense deve ser concedida à iniciativa privada, incluindo o Arco Metropolitano e a Rodovia Rio-Santos.
O ministro citou outras rodovias que estão nos planos do governo para concessão: os percursos das BRs 163 e 230, entre Mato-Grosso e Pará, das BRs 381 e 262, entre Minas e Espírito Santo, e das BRs 364 e 365, entre Minas e Goiás. Nenhuma rodovia federal de Rondônia foi citada pelo ministro para receber qualquer tipo de investimento do governo federal e tampouco, que conste em alguma lista de privatizações futuras.
Portos
No setor portuário, além de terminais, o governo pretende privatizar Companhia Docas, e a primeira experiência será com a Docas do Espírito Santo. A empresa foi escolhida por ter menor passivo trabalhista, menos funcionários e menos contratos de arrendamento. “É um bom case para começar essa jornada”, disse o ministro.
Ferrovias
Em ferrovias, o governo planeja aproveitar os pagamentos de outorga das concessões para que as empresas concessionárias construam novas ferrovias. A exigência já deve ser incluída na renovação da concessão da Vale nas estradas de ferro dos Carajás e Vitória-Minas.
“A Vale vai construir para o governo a Ferrovia de Integração Centro-Oeste [Mato Grosso a Goiás]. Ela vai pagar a outorga dela fazendo essa construção. No final das contas a ferrovia é nossa, do Estado, que vai licitar e exigir uma nova outorga”, disse o ministro, que acrescentou que a empresa também vai construir o Ramal Cariacica-Anchieta, no Espírito Santo, como parte do pagamento da outorga.