Enquanto existem pessoas que planejam detalhadamente uma velhice na companhia da família, há aqueles que não conseguem sequer imaginar a si próprios com os cabelos brancos. De um jeito ou de outro, uma coisa é certa: a idade chega para todos. E em todo o mundo, o conceito de o que é ser idoso está mudando em alta velocidade. Hoje, os brasileiros já somam 28 milhões de idosos e até 2031 a expectativa, segundo o Ministério da Saúde, é que o número chegue a 43 milhões.
Para Karla Giacomi, geriatra da FioCruz (Fundação Oswaldo Cruz), este é o momento de reconhecer que o envelhecimento trará uma mudança de estrutura geral. “Essa população alterará nossas demandas e necessidades, sobretudo a de oferta de serviços, e os serviços não estão preparados hoje para assimilar essa realidade. A saúde pública precisa realmente se reinventar”, aponta.
Para Alexandre Kalache, epidemiologista médico especializado no estudo do envelhecimento e mestre pela University of London, são necessárias políticas públicas que abracem a população mais velha, oportunidades para que os idosos possam ser incluídos em ambientes sociais e de trabalho e melhora no capital social da população. “É comum ouvir pacientes dizendo que sabem que precisam se alimentar bem e praticar exercícios físicos, mas que é impossível para eles que moram em lugares que sequer possuem calçadas”, explica.
Preconceito
Superpotência da cirurgia plástica, o Brasil é considerado pelos especialistas como um país que ainda enxerga o envelhecimento como tabu. “Entender que chegar à terceira idade é um bônus da vida é essencial para possamos ter uma longevidade feliz e saudável”, aponta a geriatra Karla Giacomin.
Hábitos saudáveis
Hábitos como manter alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos, cuidar da saúde mental e evitar fumar e ingerir álcool evitam doenças. Os mesmos fatores superpoderosos são essenciais para chegar à terceira idade com saúde e vitalidade. “Junto a eles, a tecnologia também exerce um papel importante para que o idoso possa ter acesso à informação e conhecer mais sobre a saúde. É necessário, no entanto, adquirir discernimento para filtrar o que é realmente valioso”, conclui a geriatra.
Fonte: Giulia Granchi/UOL