Porto Velho/RO, 31 Março 2024 00:43:58
Diário da Amazônia

Café clonal renova esperanças de produtores de Jaci-Paraná

O restante para completar os 24 produtores, serão contemplados até o final de semana.

Por Assessoria
A- A+

Publicado: 03/03/2016 às 07h30min

Produtores rurais recebem mudas de café clonal

Produtores rurais recebem mudas de café clonal

Uma oportunidade para poder recomeçar. Assim a agricultora Maria Lúcia Fraga, de Jaci-Paraná, vislumbra o Programa de Revitalização da Cafeicultura (Procaf), desenvolvido pela prefeitura de Porto Velho em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/RO) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Rondônia (Emater).

Dona Maria Fraga estava na lista dos produtores rurais que trabalham com a agricultura familiar, beneficiados pelo programa. No distrito, a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento (Semagric) fará a entrega de 60 mil mudas do café conilon clonal. As primeiras 2,5 mil mudas começaram a ser entregues nesta semana.

Ao todo, nessa primeira etapa, 24 produtores rurais do distrito serão contemplados com mudas do café que é uma cultivar nova na região. A Conilon BRS Ouro Preto é uma cultivar clonal, composta de 15 clones com ciclo de maturação intermediária, tolerantes aos principais estresses climáticos observados nos polos de cafeicultura em Rondônia.

As mudas distribuídas no município beneficiarão os agricultores das linhas 94, 105, 97, do Ibama e os ramais do Pavão e Primavera. Na teça-feira, 15 produtores rurais receberam as mudas. O restante para completar os 24 produtores, serão contemplados até o final de semana.

Fácil adaptação para pequenas e médias propriedades

O produto consegue uma fácil adaptação às altas temperaturas, elevada umidade do ar e déficit hídrico moderado. Com manejo adequado, apresenta potencial de produtividade de 70 sacas beneficiadas por hectare em lavouras de sequeiro. Possui grãos com maior uniformidade de maturação e peneira média acima de 14, além de apresentar rendimento no beneficiamento acima de 52%. “É uma espécie que apresenta uma alta produtividade, mesmo em espaço pequeno. É sem dúvida, uma grande alternativa econômica para alancar o desenvolvimento do município. E o mais importante, é uma cultura perene e um ciclo econômico. As vantagens de se trabalhar com essa espécie são muito maiores do que a piscicultura ou a pecuária, por exemplo”, afirmou o secretário Leonel Bertolin, da Semagric.

As declarações do secretário Bertolin tem suas razões. Pesquisas mostram que adaptada às condições de solo e clima da Amazônia, a produtividade de 70 sacas/hectare se dá em condições de cultivo sem irrigação. Com irrigação a produtividade, em alguns casos, chega a ser de 110 sacas/hectare, o que significa um salto de produtividade onde a média atual em Porto Velho é de 14 sacas por hectare.

Estudos realizados pela Embrapa Rondônia, também mostram que os sistemas de produção intensivos, como é o caso do café clonal, podem aumentar a renda de quem trabalha com a agricultura familiar de meio salário mínimo mensal para até quatro salários. Esse lucro é possível já a partir do terceiro ano de cultivo. E, além de ser mais rentável e mais competitiva, existe ainda um ganho maior para o meio ambiente por ser uma produção sustentável.

Secretário Leonel Bertolin e produtores rurais de Jaci

Secretário Leonel Bertolin e produtores rurais de Jaci

Esperança renovada no distrito de jaci-Paraná

É de olho em todas essas vantagens que está dona Maria Fraga. Com o cultivo do café conilon clonal ela espera recuperar o que perdeu na lavoura com o plantio de outra espécie de café. “Já trabalho com café e lutei praticamente sozinha a vida toda. Tenho dois filhos, o marido já faleceu. Fiz um financiamento e Investi na produção de café. Mas o resultado não foi o que eu esperava. Foram tantas as dificuldades que perdi quase tudo”, explicou.

Mas otimista, a produtora rural vê no horizonte vislumbrar novos tempos. Depois que o marido faleceu, Dona Maria Fraga diz que tudo ficou mais difícil, piorou com a vinda das usinas do rio Madeira, que geraram vários impactos na região de Jaci-Paraná, interferências que fizeram com que ela não conseguisse mais tocar sua lavoura de café no ano da primeira colheita. “Mas agora, com esse novo café que a prefeitura está trazendo para a gente, tenho certeza que as coisas vão mudar. Quero recuperar o que eu perdi, por isso quando soube que a prefeitura estava distribuindo café, corri para ser uma das primeiras. Meu projeto é tirar uma parte do café que eu plantei, para plantar esse novo e aumentar a área de plantio no próximo ano”, festeja ela os novos tempos”.

O administrador do distrito, Nilton Barbosa, também aposta no Programa de Revitalização da Cafeicultura implantado pela prefeitura de Porto Velho. “A qualidade desse café é muito boa e acreditamos que os agricultores daqui vão se adaptar bem com esse novo produtor e vão também poder ter uma renda melhor da qualidade do produto”, disse o administrador.

 



Deixe o seu comentário