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Diário da Amazônia

Campanha de conscientização alerta comerciantes

Em tempos de discussões acirradas sobre ética na política, o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) realiza campanha na..

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Publicado: 04/10/2018 às 09h22min

Em tempos de discussões acirradas sobre ética na política, o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) realiza campanha na região Norte do país para conscientizar donos de mercados, padarias e bares sobre as consequências de vender cigarros com valor diferente do preço tabelado. Cerca de 3800 mil comerciantes serão impactados com o alerta sobre as punições para este crime, como multa de até R$ 5 mil por mês de descumprimento da Lei e prisão de até 5 anos.

A campanha reforça outra grave consequência da mudança dos valores do produto: o favorecimento do mercado ilegal, pois os consumidores passam a buscar opções mais baratas, abaixo do preço mínimo, provenientes do contrabando. Somente no ano passado, R$ 146 bilhões deixaram de ser arrecadados pelos cofres públicos do nosso país, em setores como tabaco, vestuário e combustível.

Para ter uma ideia do tamanho do problema, nos últimos três anos, o Rondônia apresentou tanto um aumento no volume e na participação assim como a evasão fiscal.

A participação do mercado ilegal de cigarros aumentou de 20 p.p (pontos percentuais). Durante o mesmo período, o volume apresentou um crescimento de 94% (passando de 182 milhões para 352 milhões de unidades de cigarros) e o rombo na arrecadação subiu 72% – saindo de R$ 35 milhões para R$ 60 milhões na arrecadação em 2017.

A principal porta de entrada de contrabando são as cidades fronteiriças no MS (Antonio João, Ponta Porã, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Sete Quedas, Mundo Novo e Paranhos) principalmente pelas rodovias federais BR-163 e pela BR-364 (Fonte: Rotas do Crime – Encruzilhadas do Contrabando – IDESF)

CASE PARAÍBA E PIAUÍ

Em dois estados da região, Paraíba e Piauí, os governos locais aumentaram o ICMS incidente no cigarro no intuito de ampliar a arrecadação, mas os efeitos foram contrários aos esperados – o que levou inclusive à revisão da medida e das alíquotas.

Na Paraíba, o aumento deste tributo foi de 27%, em 2015, para 37%, em 2016, e a arrecadação caiu 56%. O mercado ilegal cresceu 26%, passando de 701 milhões para 883 milhões de unidades de cigarros.

Diante dos prejuízos para os cofres públicos e para toda a sociedade, em janeiro de 2017, o Estado voltou atrás e reduziu a alíquota de 37% para 31%. Com isso, a arrecadação manteve-se estável.

Já no Piauí, o estado aumentou o ICMS de 29% para 35% em fevereiro deste ano. E já se notam as consequências negativas: a arrecadação está caindo 10%.



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