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Diário da Amazônia

Campo e Lavoura: os Pomeranos de Rondônia

Ao encerrar o ano de 2019, entre trancos e solavancos, quero lembrar um pouco a história de um povo que ao lado de migrantes de quase..

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Publicado: 29/12/2019 às 06h00min

Ao encerrar o ano de 2019, entre trancos e solavancos, quero lembrar um pouco a história de um povo que ao lado de migrantes de quase todos os quadrantes do território brasileiro com a força do trabalho ajudaram a desbravar e consolidar a economia de Rondoniense. Na atualidade os mais de 15 mil descendentes de pomeranos que a partir de 1969, liderados pelo jovem migrante Martino Tesch, no papel de bóias-frias transportando suas famílias encarapitadas em carrocerias de caminhões começaram a escrever a história do então distrito de Espigão do Oeste. 

      Um naco da história deste povo com tradição milenar no cultivo da terra que naquela época deixou o estado do Espírito Santo e arribou para Rondônia, faz parte do nosso livro, “Centro-Oeste e Rondônia depois de Getúlio e Juscelino” narrando o processo de ocupação do então Território Federal de Rondônia entre as décadas de 1970/1980. Aos 87 janeiros, Martino Tesch recorda emocionado às longas viagens entre Rondônia e Espírito Santo e até das ações de alguns policiais, de caráter pouco republicano, que nas rodovias cobravam propinas, para então liberar os veículos. 

     A colonização de Espigão do Oeste, incrustado na divisa de Mato Grosso e Rondônia, é recheada de episódios burlescos, hilariantes e chocantes, assim como ocorreu em diversas outras regiões deste estado que hoje serve de exemplo em termos de desenvolvimento econômico e social. Mas, foi ali que os pomeranos abriram pequenas lavouras para o sustento formando uma comunidade, onde cultivam seus costumes e tradições, coexistindo pacificamente com gaúchos, paranaenses e nordestinos, numa miscigenação de culturas. 

      O centro urbano de Espigão do Oeste que já foi palco de muitos conflitos, crimes e prostituição conforme relatamos em “Centro-Oeste e Rondônia depois de Getúlio e Juscelino” na atualidade se apresenta como uma cidade paradisíaca de porte médio com ruas largas e arborizadas numa integração ambiental perfeita. Pomeranos e brasileiros, pioneiros naquela região que pela força da necessidade para sobreviver mostraram no passado e no presente, que só a força do trabalho é capaz de superar as crises. 

     Para finalizar reafirmo que a história da colonização de Rondônia, é bonita e deve ser respeitada mesmo que nas escolas públicas se conheça muito pouco dela. A bandeira de Rondônia continua recebendo de braços abertos brasileiros e estrangeiros, nos dias atuais assim como fora em décadas passadas. Para quem deseja trabalhar e andar com a vida nos trilhos aqui existe espaço. Bom Ano Novo, se Deus assim o permitir retornarei em 2020.  



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