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Diário da Amazônia

Carlos Bolsonaro cita Jean Wyllys para atacar Mourão de novo

Vereador e filho do presidente é pivô de uma crise no alto alto escalão da República e não dá sinais de que irá arrefecer

Por Terra
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Publicado: 24/04/2019 às 09h12min

Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), vereador no Rio de Janeiro e filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), voltou a atacar o vice de seu pai, general Hamilton Mourão (PRTB). “Estranhíssimo seu alinhamento com políticos que detestam o presidente”, escreveu.

A nova carga foi feita, como de costume, por meio do Twitter. O filho do presidente tem 1,1 milhão de seguidores na rede social. Também é o responsável pela estratégia de comunicação digital de Bolsonaro desde que era candidato à Presidência.

No mais novo ataque a Mourão, Carlos Bolsonaro requentou uma notícia de vários dias atrás. Trata-se de uma fala do general sobre a saída do País de Jean Wyllys, possivelmente o maior desafeto da família presidencial e de bolsonaristas em geral.

Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), vereador no Rio de Janeiro e filho do presidente

Mourão afirmou, na ocasião, que o ex-deputado federal deveria ter ficado no Brasil. “Poderíamos protegê-lo”, afirmou. Wyllys deixou o País em janeiro, afirmando estar sofrendo ameaças.

“Qualquer um sabe que Jean Willians (sic) não saiu do Brasil por perseguição, mas por uma esperta jogada política cultural”, disse Carlos Bolsonaro ainda no mesmo tuíte.

Ataques em família
O vereador do Rio de Janeiro tem atacado Mourão sistematicamente nos últimos dias. Em entrevista publicada nesta quarta-feira, 24, pelo jornal O Estado de S. Paulo, outro filho do presidente (Eduardo, deputado federal) corrobora com a campanha do irmão.

Integrantes do alto escalão do Planalto tentam colocar água na fervura. Na terça-feira, 23, o porta voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, falou em “ponto final” no caso Mourão-Carlos.

“Declarações individuais, publicadas nas mais diversas mídias, são de exclusiva responsabilidade daquele que as emite”. O pronunciamento, porém, não desautorizou o conteúdo do que tem sido dito pelo vereador.

Notas publicadas por jornais falam que se suspeita que o próprio presidente Jair Bolsonaro concorda com campanha anti-Mourão de Carlos. A concordância de Eduardo dá força á tese.

A crise começou no fim de semana, quando um vídeo com críticas ao general foi publicado inclusive na conta de Bolsonaro no Youtube. Posteriormente, o material foi removido.

O que incomoda os filhos do presidente é o protagonismo tomado pelo vice, muitas vezes consertando declarações desastradas de Bolsonaro. No fim do mês passado, ele se aproximou de alguns dos principais empresários do Brasil.

Essa não é a primeira escaramuça entre Carlos Bolsonaro e um membro importante do governo federal. O ex-ministro Gustavo Bebianno também era desafeto do filho do presidente. Bebianno atribuiu sua demissão a Carlos. Como vice, Mourão não pode ser demitido.



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