O modo de vida contemporâneo, que inclui o uso constante de computadores e aparelhos eletrônicos portáteis como o smartphone, tem sido uma das principais causas da síndrome do olho seco. Além disso, a exposição prolongada a ambientes refrigerados por ar-condicionado, principalmente nos dias quentes de verão, pode ser um gatilho para o problema.
— Esses aparelhos reduzem a frequência da piscadela, o que faz com que a lágrima não seja espalhada corretamente sobre a superfície do olho, que acaba ficando seco. Além das telas eletrônicas, temos uma condição ambiental denominada ambiente hostil, que é caracterizado pelo excesso de iluminação e pela exposição constante a luz, o que é possível encontrar nos locais em que passamos a maior parte do tempo. Esses cenários são capazes de estimular o olho seco, pois quando há umidade relativa baixa, nossa lágrima é evaporada ainda mais rapidamente — diz Pedro Antonio Nogueira Filho, médico oftalmologista e especialista em córnea e superfície ocular do Hospital de Olhos.
Os sintomas do olho seco são sensação de peso nas pálpebras; olhos vermelhos; ardor e irritação nos olhos; sensação de areia; desconforto e cansaço visual; e visão turva, que melhora após fechar os olhos. Se um desses sinais for constante na rotina diária, recomenda-se procurar um oftalmologista.
O diagnóstico é feito por meio da avaliação clínica do médico, baseada nas queixas do paciente. Exames oftalmológicos complementares podem ser pedidos.
— A primeira etapa de tratamento é com o lubrificante feito com lágrimas artificiais. A nutrição também ajuda, recomendo sempre uma dieta rica em ômega 3. E temos tratado o olho seco evaporativo com a luz pulsada intensa regulada, que é uma novidade — diz Renato Ambrósio, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).
O especialista reforça que não se deve coçar os olhos, já que as mãos podem estar sujas e causar alguma infecção, assim como provocar lesões, pois a região está mais frágil.