O cemitério de Santo Antônio é um dos maiores e mais antigos da capital, nele existem mais de 25 mil túmulos, porém, quem precisa enterrar seu ente querido no local, se depara com muito mato, sepulturas abertas, uma situação que revolta a população porto-velhense. Como é o caso da aposentada, Josefina Vitalina que foi visitar o túmulo do filho e encontrou o local em situação de abandono.

Ao questionar a administração do local, foi informada que os familiares precisam colaborar também com a limpeza. “Eles falam para a gente limpar os túmulos, mas eles não fazem nem a parte deles. Nem em volta dos túmulos eles limparam, eu por exemplo, não vi ninguém limpando por aqui”, afirmou. O aposentado João Manoel, que acompanhava dona Josefina, conta que precisou pagar uma pessoa para limpar o local. “O serviço que era de responsabilidade da prefeitura, custou R$ 50,00 do nosso orçamento. Temos seis entes enterrados aqui, já pensou se fosse fazer isso em todos os túmulos? Ficaria muito caro”, explanou.

Contrato cancelado

A limpeza e manutenção do local é de responsabilidade da Semusb (Secretaria Municipal de Serviços Básicos) e segundo o secretário adjunto, Itamar Ferreira, o serviço até o ano passado era realizado por uma empresa terceirizada, porém, a empresa não estava realizando o serviço adequadamente, ficava muito a desejar, com isso a prefeitura de Porto Velho decidiu cancelar o contrato com a empresa e desde então a Semusb passou a ser responsável pela limpeza do cemitério.

“A quantidade de servidores da secretaria é insuficiente para a realização de uma limpeza constante no cemitério, no entanto, a princípio a limpeza era realizada a cada trinta dias no inverno e a cada quarenta dias no verão, porém, com as chuvas desse período o mato cresce muito rápido, por isso a secretaria está realizando um mutirão de limpeza no local”, relatou Ferreira.

Contudo, diferente do que foi informado à nossa equipe de reportagem que a limpeza havia iniciado na semana passada, no local o que encontramos foi um matagal que em algumas áreas chega a mais de 2 metros de altura, também não encontramos servidores realizando nenhum tipo de serviço de limpeza, os únicos que trabalhavam no local eram funcionários contratados por familiares para construção e manutenção dos túmulos.

Mesmo fazendo a conservação das covas, o aposentado Aníbal Sales de Almeida destaca que, se o cemitério não for limpo, daqui a pouco não terá como chegar às sepulturas. “Temos que vir todo dia limpar, senão ninguém acha nem o caminho pra chegar.”

Itamar Ferreira não soube informar se a prefeitura ainda vai contratar uma empresa para cuidar destes serviços, no entanto, ele afirma que nas próximas semanas a limpeza do cemitério será concluída e que após a limpeza será realizado um serviço de calçamento, toda área de terra será cimentada.