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Diário da Amazônia

Cientistas conseguiram inserir memórias artificiais em um pássaro

Apesar de, inicialmente, parecer algo trazido diretamente do enredo de um filme de ficção científica, cientistas conseguiram codificar..

Por Fatos Desconhecidos
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Publicado: 08/10/2019 às 10h59min

Apesar de, inicialmente, parecer algo trazido diretamente do enredo de um filme de ficção científica, cientistas conseguiram codificar “falsas memórias”, em forma de música, no cérebro de pássaros. Os responsáveis por isso foram os cientistas do Southwestern Medical Center, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

Através de uma técnica conhecida como optognética, que combina luz, genética e bioengenharia para controlar neurônios vivos, que foram geneticamente modificados para serem sensíveis à luz, eles ensinaram as novas informações aos pássaros conhecidos como mandarim (Taeniopygia guttata).

Tais informações serviram para que eles reproduzissem sons que nunca haviam aprendido anteriormente. O estudo foi publicado na revista científica Science. A espécie, envolvida no estudo, que é nativa da Austrália, é muito conhecida por seu canto. Em suma, essas aves costumam aprender “as músicas” ao ouvir e imitar seus pais.

Dessa forma, o método utilizado pelos cientistas permitiu que as aves cantassem músicas que eles nunca tinham ouvido antes. Em outras palavras, o que eles fizeram foi manipular regiões do cérebro dessas aves intimamente ligadas ao aprendizado da experiência auditiva.

Assim, eles descobriram que se tal região fosse estimulada, as aves reproduziriam sílabas do canto da espécie que elas ainda não haviam aprendido.

“É a primeira vez que confirmamos regiões cerebrais, que codificam memórias de objetivos comportamentais – aquelas que nos guiam quando queremos imitar qualquer coisa, da fala ao aprendizado ao piano”, disse o neurocientista, Todd Roberts, em um comunicado. “As descobertas nos permitiram implantar essas memórias nos pássaros e orientar o aprendizado de seu canto”.

Manipulações

Nesse ínterim, as regiões, manipuladas pelos pesquisadores para atingir tal efeito, já haviam sido associadas em estudos anteriores à funções motoras e sensoriais. Tais regiões foram essenciais para formar as falsas memórias de canções, que os pássaros reproduziram.

“Não ensinamos aos pássaros tudo o que eles precisam saber – apenas a duração das sílabas em seu canto. As regiões cerebrais que testamos neste estudo representam apenas uma peça do quebra-cabeça”, afirmou Robert.

Dessa forma, o método utilizado pelos cientistas só conseguiu ensinar aos pássaros as “sílabas” da música. O que resultou em notas mais curtas. “Se descobrirmos esses outros caminhos, poderíamos hipoteticamente ensinar um pássaro a cantar sua música sem nenhuma interação de seus pais”, disse Roberts. “Mas ainda estamos longe de conseguir fazer isso”.

Ademais, em relação à implantação de músicas em um cérebro humano, Roberts afirma que ainda estamos muito longe. De acordo com o cientista, o cérebro humano e as redes associadas à fala são “imensamente complexas”. Isso, em comparação com o que foi encontrado no estudo com o mandarim.

Por outro lado, o estudo da optogenética pode nos ajudar a compreender algumas questões, relacionadas aos humanos muito em breve. Como por exemplo, ajudar nossos cientistas a aprofundarem sua compreensão dos processos e genes neurais, ligados a distúrbios da fala humana.

Além do mais, a optogenética poderia responder algumas questões sobre o porque alguns genes, ligados à fala, são interrompidos em pessoas com autismo. Do mesmo modo, outras condições de desenvolvimento neurológico.

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