Porto Velho/RO, 24 Abril 2024 18:24:03
Diário da Amazônia

Confúcio abre ano letivo rondoniense

Governador falou da insatisfação na falta de participação dos pais na vida escolar dos filhos.

Por Redação Diário da Amazônia
A- A+

Publicado: 16/02/2016 às 05h00min

Confúcio esteve no Cone Sul para solenidade e defendeu maior participação dos pais no cotidiano escolar dos filhos  Fotos: Rômulo Azevedo/Diário da Amazônia

Confúcio esteve no Cone Sul para solenidade e defendeu maior participação dos pais no cotidiano escolar dos filhos Fotos: Rômulo Azevedo/Diário da Amazônia

O governador do Estado de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB) esteve em Vilhena na manhã de ontem (15), para solenidade de abertura oficial do ano letivo da educação estadual. O evento aconteceu na quadra poliesportiva da escola Genival Nunes, localizado na periferia da cidade e contou com a presença da secretária estadual de educação, Fátima Gavioli, além dos deputados estaduais Luizinho Goebel (PV) e Rosangela Donadon (PMDB). Em sua fala, Confúcio relembrou que este é o segundo ano consecutivo que a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) realizada solenidade de abertura do ano letivo em Vilhena e explicou que a razão pela qual isso acontece: em todo o Estado, há 20 escolas em tempo integral. Somente a instituição de ensino vilhenense está completamente preparada para receber os estudantes da forma como o governo previu no projeto original.

Confúcio fez um discurso bem diferente dos habituais, cheios de saudosismos e cordialidade. O governador de Rondônia falou do seu posicionamento em relação à educação pública e disse que os professores devem deixar os excessos de democracia de lado e cobrar muito mais dos pais, além de não se acovardar diante da violência e embates enfrentados dentro de sala de aula. O chefe do poder Executivo de Rondônia defendeu a imposição de limites às crianças e adolescentes, e falou da sua insatisfação na falta de participação dos pais na vida escolar de seus filhos. “Meus pais, semianalfabetos, me faziam sentar depois da aula e me tomavam a lição aprendida na escola naquele dia. Hoje já não se faz mais coisa do tipo, e isso é preocupante, pois os pais não estão preocupados se os filhos vão bem ou não na escola”, criticou.

Já no final de sua fala, Confúcio Moura foi enfático ao exigir que os professores não se intimidem e façam seus trabalhos sem medo de represálias. Sobre os investimentos na educação, o governador ressaltou que seu governo foi um dos que mais fez pela educação pública do Estado, oferecendo aos educadores cursos de capacitação, além de reformas e ampliações de escolas, e estruturações das instituições de ensino para dar mais conforto e comodidade aos estudantes e profissionais. “Cada governo fez o que tinha que ser feito a seu tempo. Mas o nosso foi além e não economizou na educação pública, pois entendemos que com uma educação de qualidade, temos consequentemente, melhorias exponenciais em todos os demais setores”, disse.

Após a solenidade, Confúcio se reuniu com professores e em seguida partiu para Porto Velho, onde continuou com a sua agenda.

 

Fátima Gavioli, titular da Seduc, durante solenidade fez promessa aos professores

Fátima Gavioli, titular da Seduc, durante solenidade fez promessa aos professores

Secretária de educação fala sobre meta salarial para professores

A titular da Secretaria Estadual da Educação, Fátima Gavioli, na solenidade de lançamento do ano letivo da educação estadual, durante sua fala, fez algumas críticas ao segmento do qual faz parte e relatou que a educação rondoniense só não está em melhores condições porque cada um tenta conduzi-la de forma distinta, o que acaba gerando ruídos no desempenho do trabalho e emperrando o desenvolvimento do setor. Pelo tom da fala apresentada por Gavioli deu para perceber que ela comentava a respeito do relacionamento sempre espinhoso entre governo, servidores e o próprio sindicato.

Conhecida por seu jeito rígido na condução de suas atividades, a titular da Seduc disse que é necessário a união de todos os envolvidos no segmento para que não aconteça algo parecido com o que ocorreu com o povo de Moisés, que levou 40 anos para chegar à Terra Prometida, sendo que o esperado era três.

Para a secretária de Educação, o setor está indo bem, entretanto se faz necessário mais empenho dos engajados no segmento para que as instituições escolares possam deslanchar. Um grupo do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado de Rondônia (Sintero) esteve na solenidade com faixas exigindo do governador, entre outras coisas, reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Com relação ao assunto, a secretária disse que trabalha com uma meta que lhe pôs no cargo e pode retirá-la. “Vocês podem ter certeza que os salários dos professores de Rondônia serão referência. Ainda neste governo isso vai acontecer”, disse a secretária para embasar sua fala sobre união das classes educacionais.

Salários

secretária relatou que até o ano que vem, os salários dos educadores estaduais pode chegar a R$ 4 mil. “Aí eu quero ver alguém reclamar. Aí eu quero ver se as aulas do professor serão ‘Top da Galáxia’, como dizem os estudantes. Quero ver se haverá reclamação”, arrematou. O discurso da titular arrancou aplausos dos servidores presentes. (Rômulo Azevedo)

Alunos em contato com o lúdico 

As aulas na rede estadual de ensino começou em Cacoal, ontem (15), e no primeiro dia letivo, nada de sala de aula. Os alunos foram recepcionados através de atividades lúdicas e apresentação das formas de trabalho das instituições. Para o diretor da Escola Estadual Josino Brito, Evandro Luz, essa é uma forma de receber os alunos e servidores para os 200 dias letivos que irão seguir durante o ano.

A aluna Nayara Gabriela da Silva, 16 anos, já estuda na Escola Josino Brito há três anos, cursando o 3º ano do Ensino Médio, e como membro do grêmio estudantil a garota aprova a iniciativa da Coordenadoria Regional de Educação (CRE) de Cacoal.
“Com essa recepção por parte dos funcionários, nós alunos nos sentimos acolhidos. Gosto muito dos projetos que a escola desenvolve e costumo participar de muitos, pois eles nos ajudam não somente na vida escolar, mas também na pessoal”, disse a aluna.

Durante o ano letivo, a escola desenvolve cerca de 30 projetos que envolvem os alunos e a comunidade em geral. Segundo o diretor da escola, Evandro, os principais são o Pró- Enem, que oferece aulas aos sábados para os alunos e população que pretende fazer a prova do Enem, e o Proemi, que oferece oficinas sobre diversos temas.

“Nós sempre gostamos de ter as portas da escola abertas para a comunidade. Nossos projetos são bem positivos e trazem muitos resultados, prova disso foi a aprovação de pelo menos 85% dos alunos que terminaram o Ensino Médio em 2015, nos vestibulares”, garantiu Evandro.

Segundo a técnica pedagógica da CRE, Simone Patrícia Negreiros, o objetivo é socializar os alunos. “Queremos que eles se sintam bem à vontade e tenham um ano letivo mais proveitoso”, disse Simone. (Magda Oliveira)

 



Deixe o seu comentário