O Consórcio Construtor Santo Antônio anunciou nesta quarta-feira (3) a demissão de mais 150 operários que trabalhavam na obra da usina de Santo Antônio, no rio Madeira, em Porto Velho (RO).
Desde segunda-feira (1º), 350 funcionários já foram demitidos. A obra, que está com 90% de conclusão, tinha cerca de 9.000 operários.
Na segunda (1º), o consórcio já havia anunciado a paralisação das obras da usina por falta de recursos financeiros. A data da paralisação não foi informada. O consórcio diz que não tem recebido recursos da SAE (Santo Antônio Energia), responsável pela operação da usina.
A dívida, segundo o consórcio construtor, é de pelo menos R$ 700 milhões. A usina é uma das principais obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). A SAE precisa fazer um depósito de R$ 860 milhões na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) até terça (9) para não perder a licença de operação.
Para tentar manter a operação da hidrelétrica, os acionistas da usina vão investir R$ 1,95 bilhão no pagamento de dívidas com o mercado de curto prazo e com o consórcio construtor.
ADIAMENTO
Nesta quarta (3), a concessionária da usina pediu à Aneel para postergar a data de liquidação de suas obrigações no mercado de energia de curto prazo, conhecido como “spot”.
Se não houver o adiamento, a empresa precisará depositar na próxima terça-feira (9), cerca de R$ 860 milhões referentes às operações entre abril e junho, gastos que são questionados pela empresa na Justiça. Caso não consiga honrar a obrigação, a Santo Antônio Energia pode perder a licença de operação da usina.
Os sócios da Santo Antônio Energia irão discutir nesta sexta (5), em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), se farão um aporte na companhia.