O desmatamento das florestas brasileiras aumentou no ano passado. O País havia freado os níveis de desmatamento em torno de 5 mil a 6 mil quilômetros quadrados por ano e em 2015 passou de 6 mil. “Estamos preocupados, porque está difícil sair desse patamar e continuar a reduzir o nível de desmatamento”, comentou o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Everton Lucero. “As instituições fiscalizadoras ficaram fragilizadas por falta de orçamento, recursos e pessoal. O orçamento foi recomposto, bem como os meios necessários. Mas sabemos que apenas fiscalização não basta. Precisamos criar instrumentos financeiros que valorizem os ativos florestais e permitam que as pessoas que vivem nas florestas desenvolvam suas atividades econômicas e sejam remuneradas por isso. para que seja mais econômico manter a floresta em pé do que derrubá-la”.
Para o secretário, as parcerias internacionais são fundamentais para financiar projetos de proteção das florestas brasileiras e esse é um dos objetivos do governo na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças climáticas (COP 22), que começou ontem (7) em Marrakesh, no Marrocos. Ele informou que o governo está realinhando as políticas de controle e prevenção do desmatamento e que ainda neste ano deve ser lançada uma nova fase do Plano Nacional Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia com foco no viés mais econômico da questão.
O mecanismo de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação (Redd), que incentiva o manejo sustentável das florestas e estoque de carbono florestais, por meio de um valor financeiro para o carbono estocado, também é assunto controverso entre ambientalistas e países. Everton Lucero explicou que o governo brasileiro é contrário à geração de créditos pelo Redd, como querem alguns países e organizações. “Somos contrários pela integridade ambiental, pois se manteria um estoque de carbono aqui no Brasil, autorizando emissões em outros países pela queima de combustíveis fósseis. Isso não resolveria o problema”, disse ele. “Estamos trabalhando para resolver um problema global, não há necessidade de envolver transferência de créditos de carbono para os doadores”, acrescentou.