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Corrupção no transporte escolar em Alta Floresta

O ano ainda não acabou, mas já tem prefeito bastante complicado com a Justiça. A operação deflagrada na manhã de ontem pelo..

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Publicado: 13/12/2017 às 06h10min

O ano ainda não acabou, mas já tem prefeito bastante complicado com a Justiça. A operação deflagrada na manhã de ontem pelo Ministério Público Estadual (MPE), com apoio da Polícia Civil, na prefeitura de Alta Floresta, resultou no afastamento do prefeito Carlos Borges (PP). Sem vice para assumir o cargo, Alta Floresta será administrada pelo presidente da Câmara Municipal, Robson Ugolini (PCdoB), pelos próximos três meses e o atual prefeito corre o risco de não retornar ao cargo.

Os escândalos de corrupção e prisões de empresários, políticos e ex-governadores, na operação Lava Jato, não tem intimidado políticos de Rondônia. Na semana passada, por exemplo, o Ministério Público propôs ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o ex-prefeito de Alta Floresta, Valdoir Gomes Ferreira, duas empresas de transporte que atuam na cidade e seus respectivos proprietários, em razão de irregularidades em contratos de locação de transporte escolar.

O MP constatou através de investigação a ocorrência de sucessivas prorrogações de contratos de locação de transporte escolar, sem previsões nos editais. A operação deflagrada ontem pelo MP é um desdobramento da investigação e, segundo apurou os promotores de Justiça, a atual gestão prosseguiu contrato com as mesmas empresas. Os investigadores apuraram ainda valores pagos incompatíveis com o serviço executado no transporte escolar.

Na realidade, o transporte escolar sempre foi um calo no sapato dos prefeitos e motivo de operações policiais. O volume destinado na educação para pagamento dessa atividade é alto e as empresas, muitas das vezes, são as mesmas que vencem o processo licitatório. O Tribunal de Contas tem orientado os gestores públicos a se livrarem desse problema, mas muitos prefeitos acabam sendo vítimas da corrupção.

No caso de Alta Floresta, a dotação orçamentária inicialmente prevista era de R$ 732 mil, sendo o que os trechos perfaziam, em um prazo de seis meses, um total de 180 mil quilômetros. Os contratos foram assinados em agosto de 2013. Até ontem não havia fechado o total pago às empresas.

O final do ano passado foi marcado por afastamento e prisões de prefeito e vereadores em forte esquema de pagamento de propina em Vilhena. Mais de 90% da Câmara foi parar atrás das grades, inclusive o ex-presidente da Casa de Leis. O esquema, segundo a Polícia Federal, consistia na doação de terrenos em troca de votação para aprovar loteamento no município.

O escândalo de corrupção em Vilhena e a repercussão negativa do município no cenário nacional não foi o suficiente para intimidar os gestores públicos em Alta Floresta, na zona Mata do Estado. A população, mais uma vez, é a principal afetada com o transporte de estudantes.



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