Cresce produção de farinha na Capital

Em 2013 o consumidor portovelhense sentiu o aumento no preço do quilo da farinha de mandioca. O componente, que é quase obrigatório na mesa da população, é encontrado em feiras e supermercados por até R$ 10 o quilo. Dados do Programa de Educação Tutorial do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Rondônia (Unir), mostram que a farinha sofreu aumento de 15,6% em julho, 2,1% em agosto e 1,4 em novembro. Em outubro o preço da farinha caiu 1,5%, diz o estudo.

Na Capital um dos maiores produtores da farinha de mandioca é o reassentamento Riacho Azul – formado por cerca de 30 famílias, localizado no ramal São Domingos, na margem esquerda do rio Madeira, a cerca de 20 quilômetros de Porto Velho.

Na última quinta-feira, a Associação dos Agricultores do Riacho Azul em parceria com a Santo Antônio Energia e a Emater realizaram a I Festa da Mandioca com o objetivo de divulgar os resultados da produção da mandioca nos reassentamentos. O plantio de mandioca é a principal atividade agrícola do reassentamento.
PRODUÇÃO

De acordo com o extensionista do Serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Janderson Dalazen, a área plantada no reassentamento Riacho Azul aumentou consideravelmente. “Na safra de 2010/2011 a produtividade média era de 60 sacos de farinha por hectare. Já na safra de 2012/2013 o número saltou para 93 sacos por hectare. Esse aumento está relacionado com a correção da acidez do solo e adubação das lavouras proporcionados pelo acompanhamento técnico e pelos insumos (calcário, adubo orgânico e químico). Cerca de 90% do plantio é realizado com plantadeira mecanizada, implemento moderno, que não é comum na região”, explica Dalazen.

Toda mandioca produzida no Riacho Azul é processada em farinha e a comercialização é feita nas feiras e nos mercados da Capital. O preço do saco com 42 quilos, varia entre R$ 230 a R$ 300.

Alta

A farinha sofreu aumento de 15,6% em julho, 2,1% em agosto e 1,4 em novembro. Em outubro o preço da farinha caiu 1,5%.

Para os consumidores de Porto Velho a farinha de mandioca é considerada a nova vilã da economia, uma vez que o valor cobrado nos estabelecimentos comerciais faz com que a população gaste quase o dobro para comprar hoje a mesma quantidade de farinha que adquiria em 2012. Segundo dados disponibilizados pelo Programa de Educação Tutorial – PET do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, na comparação com agosto de 2012, a farinha de mandioca teve um aumento de 171,8% em 2013.

I festa da mandioca

Durante a I Festa da Mandioca, realizada pela Associação dos Agricultores do Riacho Azul em parceria com a Santo Antônio Energia e a Emater, diversas competições foram preparadas, entre elas a escolha da maior raiz de mandioca, o mais rápido descascador de mandioca, o maior comedor de mandioca no menor tempo, melhores derivados, entre outros. A produtora Lucenilda Monteira ficou famosa após ganhar o prêmio de maior raiz, com 3 metros e 68 centímetros. “Eu já sabia que iria ganhar, só de olhar já vi que minha raiz era maior. Deu um trabalhão arrancar sem quebrar”, conta Lucenilda. Já o produtor José Carlos ganhou o prêmio de maior comedor de mandioca, comeu 400 gramas de mandioca cozida em menos de 3 minutos.

Para a produtora, Neuraci Nascimento, 55 anos, conhecida na região como a maior produtora de mandioca, a I Festa da Mandioca é um momento histórico em sua vida. “ Eu planto mandioca desde pequena e nunca tive a oportunidade de participar de um evento tão legal. Acredito que após muitos anos, nossa atividade está ganhando um bom reconhecimento”, conta Neuraci.

Lei da oferta e procura

De acordo como extensionista Janderson Dalazen, o aumento no preço da farinha de mandioca e seus derivados está relacionado a lei da oferta e demanda do produto. “Em regiões produtoras como Bahia e Nordeste Brasileiro, a gente teve um período de seca muito grande e com isso a produção diminuiu bastante, automaticamente faltou farinha no mercado e com isso o preço subiu. Aqui em Porto Velho estamos produzindo muito, porém ainda não é o suficiente para atender a demanda”, esclarece Dalaezen.

A produtora, Neuraci Nascimento conta que há dois anos vendia por R$ 70 a mesma saca de mandioca que vende hoje por R$ 230. “Quando eu morava no São Domingos produzia por semana até 84 sacos de farinha e vendia por R$ 70. Agora, aqui no reassentamento Riacho Azul, produzo em média 92 sacos por mês e vendo a R$ 230. Muita gente parou de produzir mandioca aqui na região e por isso tivemos que aumentar o preço”, explica Neuraci.