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Editorial

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Publicado: 16/09/2020 às 08h33min

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Crescem os incêndios florestais e diminuem as multas

Diante do aumento do número de queimadas e incêndios florestais no Brasil, principalmente na Amazônia, Pantanal e Cerrado se vê o..

Diante do aumento do número de queimadas e incêndios florestais no Brasil, principalmente na Amazônia, Pantanal e Cerrado se vê o contraditório no sentido de coibir e punir quem ateia fogo nas áreas intactas. O discurso do governo de que o motivo seria a mudança climática, a legislação em vigor e outros argumentos lançados ao avento em nada condizem com a realidade. Basta checar os índices dos focos de calor de calor no país com outros dados.

O Pantanal passa pela pior crise de preservação dos últimos tempos e cerca de 15% do bioma foi devorado pelo fogo em pouco tempo. O mesmo vem ocorrendo com Amazônia e Cerrado onde os biomas vêm sendo destruídos pelos assombrosos incêndios florestais. Conforme dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial) no período de 01 de janeiro até 30 de agosto deste ano foram registrados 43.358 focos de calor na Amazônia, outros 23.467 focos no Cerrado e mais 9.746 focos no Pantanal. Nunca se queimou tanto no Brasil de uma só vez. 

As cortinas do discurso governamental para ocultar a realidade não conseguem se manter porque as cortinas de fumaça se alastram e podem ser vista a olho vivo além das centenas de satélites que fotografam e filma cada ponto da terra. Não tem como esconder essa realidade que vista e percebida por todos, mostrando descaso com a sustentabilidade dos biomas do país.

O curioso é que enquanto aumentam as queimadas, diminuem as ações de fiscalização, controle e combate. Somente no Mato Grosso do Sul, onde o Pantanal vem sendo devorado pelo fogo, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) diminuiu o ritmo das operações de fiscalização. A queda se reflete nas multas aplicadas: autuações relacionadas à vegetação (como desmatamento e queimadas ilegais) caíram 22% em 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado. Já no vizinho Mato Grosso onde as chamas são maiores, a redução de multas foi de 52%. Juntando os dados das infrações nos dois Estados que abrigam o Pantanal, a queda é 48%. Sem contar as reduções de multas e fiscalizações na Amazônia e outros lugares desse imenso Brasil. 


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