Cultura de violência sexual que precisa ser combatida

O debate sobre abuso sexual e violência contra crianças e adolescentes, ocorrido na Assembleia Legislativa, foi um acontecimento importante nesse momento e sugerimos que seja levado adiante. Aproximadamente 90 casos de abusos contra crianças é um número alto para a densidade demográfica de Porto Velho. E ainda estamos iniciando o ano que ainda terão outros nove meses de estatísticas pela frente. Esperamos que os números sejam controlados e reduzidos.

A cultura na Amazônia de abusos sexuais contra crianças e adolescentes vem desde os tempos de seringais. É um vergonhoso fator cultural nunca combatido. As famílias acobertam casos incestuosos, onde pai, avô, tio, irmão, primo; e violações por vizinhos e desconhecidos. É como se fosse normal e vem passado de geração em geração. Os registros crescem e as medidas educativas e repressivas encolhem. Falta aparelhamento e implantação de políticas públicas do Estado e municípios para enfrentar o problema.

Outro dado crescente é a violência contra a mulher. Os registros crescem e as vítimas padecem com o descuido generalizado. Apesar de alguns projetos já implementados, ainda é pouco para tamanha crueldade. A violência contra a mulher é outro fator cultural também vergonhoso e inadmissível para a atualidade.

Os costumes tribais que vem se arrastando décadas por décadas precisam ter fim. Que fique para trás as heranças malditas dos seringais, dos garimpos, das grandes obras, e de outros ciclos que geraram dores, traumas, vergonhas e mortes de crianças, adolescentes e mulheres. Os debates nessa pauta devem aprofundar e consumar em políticas públicas eficientes na proteção e na mudança cultural.