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Diário da Amazônia

Dançarinos aprendem técnica utilizando argila

Envolver o corpo e o rosto com argila e explorar os territórios cruzados da dança, artes visuais e teatro. Essa é uma tendência que foi..

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Publicado: 27/11/2014 às 07h20min | Atualizado 28/04/2015 às 12h53min

Elisa Shimidt apresentou a técnica utilizando argila na oficina Desfigurasção no Sesc. Foto: Enélio Alcides

Elisa Shimidt apresentou a técnica utilizando argila na oficina Desfigurasção no Sesc. Foto: Enélio Alcides

Envolver o corpo e o rosto com argila e explorar os territórios cruzados da dança, artes visuais e teatro. Essa é uma tendência que foi apresentada para os atores e dançarinos de Porto Velho, que podem, a partir de agora, além da criatividade, usar a matéria-prima para chamar a atenção do público, nas performances que produzem. A técnica foi apresentada na oficina Desfiguração, conduzida por Elisa Schimidt, que abriu vagas gratuitas para pessoas interessadas na arte.

Durante a oficina os participantes ficaram à vontade para fazer a chamada “investigação” do contato com a argila com o corpo e rosto e com isso atenderam a um dos parâmetros da pesquisa, que envolve identidade e ritual introduzidos por estratégias de composição de faces para o rosto (máscaras) e esculturas, para o corpo.

Outra proposta foi que os participantes explorassem diversos movimentos do corpo em contraponto ao espaço disponível para se movimentarem. “Gostei muito porque é novo para nós. O contato é diferente e proporciona relação do corpo com o espaço. É um desafio”, diz Gilca Macedo Lobo, diretora da Cia G.

Após a oficina os participantes fizeram apresentação solo. Foto: Marcela Bonfim

Após a oficina os participantes fizeram apresentação solo. Foto: Marcela Bonfim

Dança, que participou das aulas. Ela adiantou que está preparando um espetáculo para o mês de dezembro, no qual serão inseridos experimentos com a argila.

Ao final da oficina, que teve duração de oito horas, os participantes fizeram apresentações de solo intitulada “Solo entre Terra” e utilizaram, além da argila, tinta e outros objetos, como bijuterias de uso pessoal e ficaram a livres para compor o projeto experimental e cumprir o enunciado proposto à performance: o intérprete vasculha rastros de obscuridade da violência social e as reinscreve em cena, propondo um intervalo à ordem sancionada. A ação consiste na revelação do trauma, das deformidades, expondo uma face sombria humana, recorrente em uma história de dominações totalitárias.

“A proposta foi lançada. A apresentação também foi interessante porque pudemos ver como reagimos”, define Gilca.

A oficina e apresentações solo foram realizadas no teatro Um do Sesc. Este projeto foi desenvolvido este ano em outras capitais brasileiras e contemplado com o prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2013.

 



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