A falta de qualidade no sono pode acarretar em graves danos à saúde. Problemas como ronco e apneia normalmente diminuem o tempo que o organismo adulto necessita para dormir, com prejuízos significantes na qualidade de vida. Estudos também demonstram que esses pacientes apresentam maior risco para doenças cardiovasculares.Considerando-se tais fatores – associados com a alta prevalência de distúrbios que afetam grande parte da população do planeta – foi criado o Dia Mundial do Sono, que é comemorado hoje. O objetivo dessa data é alertar à população sobre a importância de dormir bem.
A falta de um sono reparador pode ter diferentes causas, como ronco, apneia, insônia, distúrbios do movimento (Síndrome das pernas inquietas e bruxismo), entre outras. Em consequência de uma noite mal dormida surgem indisposições, fadiga crônica, sonolência excessiva, prejudicando a pessoa no cotidiano e colocando-a em risco de acidentes dos mais variados tipos.
O médico cardiologista Credival Silva Carvalho explica que um dos fatores que alteram a qualidade do sono é a obesidade. “Excesso de peso, dificuldades respiratórias e ronco são características de quem tem apneia do sono. O quadro pode se agravar e há riscos potenciais na área da hipertensão arterial. Além disso, por causa do elevado grau de estresse, a produtividade diminui”, esclarece. Segundo o médico, há pesquisadores e autores de livros sobre o tema que relacionam a apneia com a morte súbita.
AVALIAÇÃO MULTIDISCIPLINAR POTENCIALIZA O TRATAMENTO
Entre esses distúrbios, o ronco e a apneia do sono são os mais prevalentes. “O ronco e a apneia além de atrapalhar consideravelmente a qualidade do sono e incomodar o parceiro (a), pode trazer sérias repercussões ao indivíduo; mas a boa notícia é que há várias formas de tratamento para esses distúrbios. É importante que a pessoa afetada pelo problema procure por um profissional especializado em medicina do sono, que identificará a causa e indicará o tratamento mais adequado”, explica a otorrinolaringologista Dra. Fernanda Haddad, coordenadora do Departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).
Segundo Haddad, é fundamental a difusão do Dia Mundial do Sono para que as pessoas se conscientizem e percebam que a situação pode ser muito mais séria do que simplesmente uma noite mal dormida. “Infelizmente, muita gente não dá importância a problemas como o ronco, que pode levar a situações preocupantes. Mas hoje em dia, com uma adequada avaliação médica multidisciplinar, e com o auxílio de exames laboratoriais como a polissonografia, é possível individualizar e otimizar o manejo e tratamento desses pacientes”, garante.