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Diário da Amazônia

Debate contribui com plano contra suicídio

Audiência pública foi realizada ontem no Plenário da Assembleia Legislativa.

Por Assessoria
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Publicado: 19/09/2017 às 05h15min

Debate promovido na Assembleia Legislativa reuniu representantes de vários segmentos

O desenvolvimento de políticas públicas para a prevenção ao suicídio em Rondônia foi discutido ontem na Assembleia Legislativa durante audiência pública proposta pelo deputado Airton Gurgacz (PDT), autor do projeto de lei ordinária que institui o Plano Estadual de Combate ao Suicídio em Rondônia. Este mês é marcado pelo “Setembro Amarelo”, quando se debate ações e prevenção ao suicídio com vistas a auxiliar na prevenção, tendo em vista que segundo a Organização Mundial de Saúde nove de cada dez casos podem ser evitados.

“O plano auxilia o Estado na prevenção e tratamento desse transtorno, identificando possíveis sintomas, acompanhando e oferecendo possibilidades de recuperação aos que necessitem”, explicou o parlamentar.

A questão do suicídio se tornou um caso de saúde pública, especialmente por ser um ato complexo cuja causa mais comum é um transtorno mental ou psicológico, que pode incluir depressão, bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas. Em Rondônia, anualmente são registrados cerca de 100 casos de mortes confirmadas, mas as estatísticas não mostram os casos de tentativas frustradas e mortes que são registradas com outras causas, “o que torna o problema cada vez mais presente no dia a dia das pessoas e que precisa ser discutido”, afirmou Airton.

O parlamentar lamentou a ausência das autoridades da área de saúde para que se possa construir juntos o Plano de Prevenção ao Suicídio, tendo em vista o grande número de casos no Brasil e no mundo, e que podem ser evitados.

Airton disse que a Sesau está em processo de construção e que é preciso ouvir a sociedade para planejar e que se possa colocar no orçamento da pasta para o próximo ano. “Se não acontecer, iremos cobrar junto com a sociedade organizada, a realização e efetivação do Plano”.(Redação e Assessoria)

Lei municipal e índices alarmantes nas escolas 

Durante a audiência, a vereadora Joelna Holder (PMDB) falou sobre o trabalho no município com a aprovação da lei municipal de sua autoria e dos números alarmantes que se encontra especialmente nas escolas municipais de Porto Velho. “Nossas crianças estão vulneráveis, ainda, perdidas com o jogo do Baleia Azul, se encontram mutiladas e em sofrimento, e não conseguem pedir socorro”.

Já a promotora de Justiça da área de saúde do Ministério Público, Emilia Oiye, pediu que além das campanhas de conscientização, que as famílias também se voltem mais aos seus filhos, ensinando a serem mais fortes nas ações do dia a dia.
Representando o Conselho de Psicologia de Rondônia, psicólogo Deusdedi Rodrigues Alves, ressaltou fatores que podem levar as pessoas ao suicídio, como a inabilidade de lidar com pressões, uso de álcool e drogas, não aceitação de sua sexualidade e conflitos religiosos. “Precisamos encontrar uma saída, caminhos para esta sociedade que está doente”, argumentou.

A professora da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e pesquisadora do Observatório de Violência, Saúde e Trabalho (Obsat) e Núcleo de Apoio à Vida (Naviporto), Wilma Suely, apresentou propostas para a discussão sobre o Plano Estadual de Promoção a Vida. Entre as propostas estão o uso da palavra morte autoprovocada em substituição a suicídio; esclarecimento ao jogo Baleia Azul, prover as escolas com estrutura para detecção do problema; reforçar os Caps e Unidade de Saúde da Família.
Todas as sugestões serão encaminhadas à Sesau pelo deputado Airton para construção do Plano Estadual de Prevenção ao Suicídio.



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