O município de Porto Velho voltou a fazer parte do mapa de risco da dengue, um problema que deve ser visto com sinal de alerta por parte dos gestores da saúde. A cidade, nesse período do ano, enfrenta risco de enchente e muitos problemas nos bairros periféricos que ainda não contam com saneamento básico e água tratada.
Em tempo de problemas na área da saúde, a dengue é uma grande ameaça para o setor. Nos últimos dias, as unidades de saúde da capital receberam técnicos do Tribunal de Contas do Estado. Eles constataram in loco as principais demandas da população e os gargalos na saúde.
Com risco de dengue batendo na porta do contribuindo, é possível que a situação se agrave ainda mais nos postos de saúde e o município precisa estar preparado para enfrentar mais esse problema.
Mas a dengue não é somente um problema do município de Porto Velho. No interior do Estado, a situação também pode se agravar. A dengue avançou nos últimos anos no interior do Estado e chegou a preocupar mais de 15 prefeitos.
Os municípios do Norte e Nordeste ainda estão bem longe de atingir bons índices de melhoria na política de saneamento básico. Em janeiro deste ano, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou o mais recente estudo sobre o tema. Segundo o instituto, entre os 5.570 municípios brasileiros, 2.126 têm política de saneamento básico, mesmo que não seja regulamentada por instrumento legal, o que equivale a 38,2% do total.
A política de saneamento básico é o primeiro passo para melhorar o índice dessas regiões, caso contrário, as consequências para o início do ano serão avassaladoras. O leitor não pode esquecer que neste ano, os casos de febre amarela deixaram em alerta o Ministério da Saúde. Na região Norte, o Amazonas registrou mais de mil casos da doença, seguido por Roraima. De lá, a doença se espalhou para outras cidades, inclusive Rondônia, onde foi analisado e registrado o primeiro caso este ano.
Dentro de alguns dias, essas regiões serão castigadas pelas fortes chuvas, trazendo com o tempo várias doenças, entre elas, a febre amarela, zika e chikungunya.
No ano passado, a maior proporção de municípios que declararam ter sofrido endemias ou epidemias de dengue, zika e chikungunya, nos últimos 12 meses anteriores à data da entrevista do IBGE, foi maior nas Regiões Nordeste e Norte, com destaque para a Região Nordeste, onde 29,6% dos municípios informaram a ocorrência de endemias ou epidemias de zika, e 37,3%, de chikungunya.