Investigado por supostamente ter atuado em favor da uma empresa que seria laboratório de fachada do doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na operação Lava Jato, de combate à lavagem de dinheiro, e que pretendia fechar contrato com o Ministério da Saúde, o deputado federal, André Vargas (sem partido-PR), não compareceu ontem à reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Federal. Seus advogados alegaram descumprimento, por parte do conselho, de uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de garantir à defesa a vista integral do processo.
As testemunhas de defesa que seriam ouvidas também não compareceram, alegando problemas de agenda. O conselho ouviria o coordenador Operacional da arquidiocese de Aparecida, Denir Campos; e o consultor jurídico do Ministério da Saúde, Fabrício de Oliveira Braga.
O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), contestou as alegações da defesa de Vargas e afirmou que, desde o início, foi garantido acesso ao processo, mas não a sua cópia, já que o caso tramita em segredo de justiça.
Já o relator do processo, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), argumentou que Vargas foi reiteradas vezes convidado a depor e não compareceu ao conselho. Em virtude disso, Delgado deu por encerrada a fase de instrução (investigação) do processo. Mesmo assim, deu prazo até sexta-feira para eventual manifestação de Vargas.
Delgado confirmou ainda que vai apresentar seu relatório no prazo regimental de 10 dias, contados a partir de hoje.(Agência Câmara)