Porto Velho/RO, 20 Março 2024 11:35:00

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 26/03/2020 às 08h31min | Atualizado 26/03/2020 às 08h33min

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Desfeitas as ilusões de que o progresso nacional viria automaticamente com o impeachment de Dilma

A união preventiva Foi preciso um vírus assustador para mostrar a estupidez e a infantilidade dos radicais que gritavam uns nas caras dos..

A união preventiva

Foi preciso um vírus assustador para mostrar a estupidez e a infantilidade dos radicais que gritavam uns nas caras dos outros e se engalfinhavam em brigas: se não houver união preventiva, muitos morrerão vítimas das próprias teimosias e rancores.

Desfeitas as ilusões de que o progresso nacional viria automaticamente com o impeachment de Dilma e as reformas, o Brasil está de volta ao seu problema secular: não há um projeto para a Nação. Para a Amazônia, falta fazer as riquezas da região beneficiarem de imediato os povos que aqui vivem.

Problemas que se arrastam há séculos não se resolvem em minutos, mas precisam ser enfrentados já, com ações pequenas, médias e grandes. Ótima iniciativa da Fundação Amazonas Sustentável, pode parecer que o projeto Incenturita (Incentivo à Leitura, Escrita e Oratória) seja pequeno, mas seus propósitos são gigantes: apoiar a juventude e valorizar a cultura amazônica.

Em igual medida, a iniciativa do Centro de Biotecnologia da Amazônia de viabilizar a um novo polo industrial formado por empresas que agreguem valor a produtos da biodiversidade regional é notavelmente grande, mas interessa a cada pequena comunidade da floresta. Pensar na juventude e na melhor forma de desenvolver a economia regional são ações complementares que poderiam figurar bem no projeto de Nação que ainda não temos e só a união nacional poderia construir.
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O jeitinho

Em tempos de restrições de coronavirus e até de poder de polícia para cerrar as portas de estabelecimentos, temos o jeitinho rondoniense de ajustar as coisas. Trata-se do atendimento na porta dos fundos. A fachada principal do comércio fica fechada, mas sempre tem uma portinha ao lado ou nos fundos para o atendimento do público. Na região central de Porto Velho a coisa não funciona, pois a fiscalização é mais rigorosa, mas nos bairros mais distantes lojas conseguiram driblar a fiscalização.

Na política

Enquanto isto, na política rondoniense os prefeitos e vereadores atuais já estão em campanha para a prorrogação de mandatos até 2022 e do lado de fora quem pleiteia os cargos eletivos se manifestando contrário a medida. Por enquanto o calendário eleitoral está mantido e só se as coisas piorarem, lá por julho, uma medida extrema como esta será tomada pela justiça eleitoral. Até lá acredita-se que as coisas melhorem, torcida brasileira.

Em cascata

Com a grande maioria dos estabelecimentos comerciais fechados em Porto Velho, os que ainda funcionam registram a queda de até 80 por cento no movimento, o que já projeta demissões em bares, hotéis, restaurantes, comércio lojista de roupas, sapatos, etc. Aliás, as demissões começaram em algumas lojas já em dificuldades para pagar o aluguel que vence nos primeiros dias de abril. E existe grande possibilidade de calotes em cascata.

Buraco Negro

É a treva, como diz minha netinha. Mas o grande temor em Porto Velho, uma cidade com mais de 60 mil funcionários públicos, municipais, estaduais e federais é que a prefeitura, governo estadual e federal não arrecadem o suficiente nos próximos meses para pagar em dia o funcionalismo público. Ocorrendo esta catástrofe, a capital rondoniense que já detinha recorde de desemprego nos últimos anos vai afundar de vez sua economia.

A desobediência

Em Porto Velho a desobediência é grande quanto ao quesito ficar quietinho em casa como determinam as autoridades da saúde por causa da pandemia. O movimento nas ruas ainda existe já que temos o jeitinho rondoniense de ajeitar as coisas. O trânsito nas principais avenidas denuncia a desobediência também dos velhinhos, se locomovendo, se relacionando com clientes, visitando amigos, fazendo compras nas farmácias e supermercados. Justamente um grupo de risco.

Via Direta
*** Comerciantes urrando, camelôs desesperados, funcionários públicos receosos com o futuro, algumas das consequências adotadas pelas restrições do coronavirus em Porto Velho *** Sem clima para eleições, os candidatos a prefeito e vereador estão em compasso de espera nos municípios rondonienses *** A falta de planejamento e desarmonia entre as esferas federais, estaduais e municipais causou dissabores nesta primeira semana de combate a pandemia *** Num jogo de empurra, o presidente Bolsonaro vai culpando governadores desafetos pelos efeitos do desemprego gerados pelas restrições da doença. Só agora está mudando a postura beligerante. *** É uma torre de babel, ninguém se entende e os políticos querendo fazer política, disputando paternidades de medidas *** E mesmo com a pandemia os pesquisadores fajutos procuram prefeituraveis patos pelo estado afora para desenvolver pesquisas favoráveis *** Na capital ainda não se sabe nem quem será candidato. Muitos desistiram da empreitada


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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