Porto Velho/RO, 19 Março 2024 21:41:37

Carlos Sperança

coluna

Publicado: 17/09/2020 às 08h52min | Atualizado 17/09/2020 às 08h53min

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Desistência de favoritos reaquece a política e capital redesenha o quadro

A vingança O mundo se animou com a notícia, imagens e vídeos da patrulha indígena ambiental que vigia a Amazônia colombiana. Seu..

A vingança

O mundo se animou com a notícia, imagens e vídeos da patrulha indígena ambiental que vigia a Amazônia colombiana. Seu líder, José Gregório Vázquez, do clã Cascabel da etnia Tikuna, tem uma convicção também compartilhada por religiosos, moralistas, escritores e roteiristas de cinema: sua narrativa é que a destruição causada ao meio ambiente será castigada pela fúria do sol em vingança da natureza.

Nessa narrativa fantasiosa, os destruidores enriquecem e quem não tem culpa, deixando de ganhar com o crime, também não é poupado: o sol é para todos e quando ele se vingar também se vingará dos inocentes, segundo essa visão mágica da realidade.

Sem escolher uma narrativa, o presidente do Conselhão da Amazônia, Hamilton Mourão, identificou três que a seu ver dominam a cena mundial: a narrativa dos políticos, com discursos salvacionistas sobre a Amazônia; dos interesses internacionais concorrentes do nosso vitorioso agronegócio; e dos ambientalistas, que exigem sustentabilidade.

Também não se pode desprezar a narrativa dos cientistas. Eles criam modelos futuros projetados por situações de desleixo, prevaricação, omissão do Estado, insuficiência de recursos, o jogo de empurra e o negacionismo também mágico, já que ao negar desmatamento e queimadas desautoriza a natureza a se vingar de todos, santos ou pecadores, criminosos ou honestos.

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As definições

Com definições importantes já tomadas, como as desistências de Mauro Nazif  (PSB) e Leo Moraes (Podemos) e a confirmação do projeto de reeleição do prefeito Hildon Chaves (PSDB) já é possível começar a desenhar o cenário das eleições na capital. O elevado número de candidatos – mais de uma dúzia pelo menos – fragmenta o eleitorado sinalizando que teremos segundo turno e facilitando a tarefa do atual alcaide em chegar a segunda etapa. A oposição, dividida, vai se esborrachar para buscar a segunda vaga.

Uma penca

Está certo que nos últimos pleitos por aqui tivemos grandes surpresas. Mas os eleitos durante as surpreendentes campanhas, como as do petista Roberto Sobrinho e Hildon Chaves, que saíram do zero para a ponta tinham alguma consistência e foram afiados nos debates. Vamos ver se esta verdadeira leva de candidatos, que teria dificuldade até para se eleger a vereança –   com a estatura política  quase de inspetores de quarteirão! – já homologados como Samuel Costa (PC do B), Geneci Gonçalves (PSTU), Ronaldo Flores (Solidariedade), Ramon Cajui (PT), Pimenta de Rondônia (PSOL) e Edvaldo Soares (PSC) conseguirão criar asas.

Explica-se!

Mas tantas candidaturas a prefeitura da capital – 13 já confirmadas  e outras em andamento tem explicações. A primeira delas é que vigora por aqui aquele adágio popular de que os “últimos serão os primeiros”. Afinal zebraças tem rolado nestas bandas. A segunda explicação é que os partidos precisam de candidaturas majoritárias para ajudar suas chapas de candidatos a vereança. Por último, os candidatos bem votados, mesmo ficando fora do segundo turno – cada vez mais previsível – poderão negociar acordos vantajosos para a etapa seguinte com quem vai seguir em frente.

As avessas

No MDB rondoniense sempre funcionou a meritocracia as avessas. Quanto mais complicado e com ficha extensa, o sujeito era promovido nos escalões dos governos Valdir Raupp e Confúcio Moura. Dentro deste critério e do seu modus operandi, o partido escolheu seu postulante a prefeito na capital optando por Willians Pimentel com um passado que todo mundo já conhece e nem precisa mais lembrar, preterindo o juiz Walter Waltemberg, um nome pitoco, ficha limpa e reserva moral. Coisa de louco!

Prá valer

Mesmo com as homologações das candidaturas nas convenções, a campanha só começa para valer após o dia 26 com a convalidação dos nomes da disputa pela justiça eleitoral. Com isto eles já poderão arrecadar recursos para a campanha e seguir em frente. Até lá também poderá ocorrer alterações nas atas, até mudanças no quadro de candidaturas, inclusive desistências e acertos com eventuais vices para o complemento de chapas. 

 

Via Direta

***O Brasil tem batido sucessivos recordes de temperatura elevadas e as maiores tem ocorrido em Cuiabá, no Mato Grosso acelerando as queimadas no vizinho estado *** Em Rondônia não tem sido diferente do que tem ocorrido no MT, AM e AC nestas duas primeiras semanas de setembro *** Muito sol no lombo, fuligem das queimadas e as doenças respiratórias atingindo principalmente crianças e idosos *** Tocando de saco para mala: com a desistência do projeto de reeleição do prefeito Thiago Flores em Ariquemes um novo cenário se formou para a peleja na capital do Vale do Jamari *** Uma grande coalizão vai sustentar a candidatura do ex-deputado estadual Tziu Jidaias (Solidariedade). O PDT estará no bloco *** O eleitorado dos distritos de Porto Velho está se unindo para eleger candidatos locais para reforçar a mobilização emancipacionista.

 


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sobre Carlos Sperança

Um dos maiores colunistas político do Estado de Rondônia. Foi presidente do Sinjor. Foi assessor de comunicação do governador José Bianco entre outros. Mantém uma coluna diária no jornal Diário da Amazônia.

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