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Diário da Amazônia

Diferença entre depósitos e saques na poupança é a menor em 3 anos

A poupança registrou, em 2014, a menor diferença entre depósitos e saques em três anos, de acordo com dados do Banco Central divulgados..

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Publicado: 07/01/2015 às 16h54min | Atualizado 26/04/2015 às 22h29min

A poupança registrou, em 2014, a menor diferença entre depósitos e saques em três anos, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira (7). A captação líquida da poupança foi de R$ 24 bilhões no ano passado, uma queda de 66,2% em relação ao saldo registrado em 2013, quando somou R$ 71 bilhões.

O montante de 2014 só foi superior aos R$ 14,2 bilhões de 2011. O saldo do ano passado foi resultado da aplicação de R$ 1,64 trilhão e saques de R$ 1,616 trilhão. O rendimento da poupança no ano foi de 7,08%. O patrimônio atual da poupança está em R$ 662,7 bilhões, novo recorde, de acordo com os dados do BC. Em dezembro, a captação líquida da poupança foi de R$ 5,43 bilhões, montante 51,5% inferior ao do mesmo mês de 2013, quando foi de R$ 11,2 bilhões. Em relação a novembro, porém, o resultado foi de aumento de 114,2%.

O desempenho ruim da poupança em 2014 pode ser explicado pelo aumento da inflação, que deixa menos dinheiro livre disponível, afirma Mauro Calil, especialista em investimentos do Banco Ourinvest. “Está sobrando menos dinheiro no orçamento e as pessoas que antes aportavam R$ 100, por exemplo, colocam hoje R$ 70, e assim por diante”, ressalta.

Outra explicação é a transferência de recursos da poupança para outros produtos financeiros que tenham rendimento superior ao da caderneta, completa. Com a Selic em 11,75% ao ano, a poupança -tanto para depósitos até 3 de maio de 2012 quanto após essa data- rende 0,5% ao mês mais Taxa Referencial (TR). Caso a taxa básica de juros fique igual ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da caderneta com depósitos após 4 de maio de 2012 cai para 70% da Selic mais TR.

De acordo com Clemens Nunes, professor da escola de economia da FGV (Fundação Getulio Vargas), a perspectiva para a captação da poupança nos próximos meses não é favorável. “Com a economia ruim e a inflação crescendo cada vez mais, a renda real –ou seja, acima da inflação– das famílias vai crescer menos que nos últimos anos. As pessoas vão ter menos dinheiro para colocar na poupança”, afirma.



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